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Carro-chefe

O primeiro semestre do ano entra em seu penúltimo mês e o discurso político no período se resumiu a um tema. Batendo de forma intermitente na tecla da segurança e norteada por uma imprensa casuística, a classe política já escolheu seu tema e uníssona apresenta o que entende como salvação da lavoura para a crise na segurança.

O uso da violência com discurso de salvação, tal qual a seca no Nordeste para os políticos de lá, não é uma exclusividade do Espírito Santo. Mas com índices recordes de homicídios, o Estado se tornou o palco perfeito para os discursos rasos, com soluções rápidas e milagrosas, que na verdade não passam de um discurso eleitoreiro e perigoso.

A prestação de contas do governador Renato Casagrande foi um exemplo da utilização do espaço de poder para o trampolim eleitoral. O governo até um determinado momento ganhou com o uso do tema, já que esse é um ponto nevrálgico do governo. Bandeira de campanha, a segurança não alcançou os patamares esperados pela população na gestão Casagrande e isso pode complicar a vida do governador em 2014.

Mas ele foi sensato. Não extrapolou diante do discurso midiático. Questionado sobre a redução da maioridade penal, o governador evitou o caminho fácil, desviou da armadilha e seguiu sem entrar em uma estrada espinhosa e nebulosa. Mostrou que não vai atrás de voto a qualquer custo.

Isso, porém, é pouco para um governo socialista que prometeu governar com políticas públicas voltadas para respostas rápidas à população. Casagrande sabe disso, e sabe também que terá pouco tempo para apresentar uma mudança nessa área. Sabe também que pode vir a enfrentar um palanque com um discurso salvador, conservador e de fácil assimilação por parte de um bom bocado do eleitorado.

Será que na hora do voto a voto, ele vai manter a postura equilibrada ou vai partir para o vale-tudo eleitoral? Tomara que não.

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