A cena dos deputados estaduais amontoados embaixo da cobertura do plenário abaixo da galeria mostra bem a situação no plenário na Assembleia Legislativa com a constrangedora aprovação do PLC 15/2016 de autoria do governador Paulo Hartung (PMDB). O projeto de lei permite a nomeação de servidores comissionados que não sejam auditores fiscais para cargos de chefia dentro da Secretaria da Fazenda (Sefaz)
Durante a votação, os deputados pareciam se esconder da cobrança dos auditores que gritavam palavras de ordem na galeria. A coisa foi feia. O governador convenceu os deputados que teria o apoio popular. Afinal, o salário dos auditores não é baixo, e quando se fala em salário alto, o cidadão médio sempre tende a se opor aos “privilegiados” porque faz a comparação com o salário do trabalhador médio.
Essa comparação, porém, não pode ser levada ao pé da letra. Estamos falando de profissionais responsáveis por fiscalizar a arrecadação de impostos no Estado. De pessoas que vivem sofrendo assédio de corrupção. Afinal, podem facilitar ou não a vida de uma empresa, dependendo de sua atuação. Por isso, precisam ganhar bem, sim. E essa é apenas uma leitura à situação, há muitas outras questões envolvidas nas lutas dos auditores.
Mas o governo consegue convencer os deputados a apostarem no senso comum e os deputados, mais uma vez, protagonizam cenas lamentáveis de drible à Constituição e subserviência explicita. Sem argumentos para defender a matéria, o líder do governo, Gildevan Fernandes (PMDB) se limitou a dizer que o projeto era constitucional. Dary Pagung (PRP) sequer conseguiu responder a Euclério Sampaio (PDT) sobre o impacto financeiro da mudança.
Questão, que aliás, está até agora sem resposta. Se os auditores estavam acumulando os cargos sem receber e agora o governo vai nomear comissionados de fora do governo, em quanto vai ficar essa brincadeira? Tudo isso causado pela intransigência do governador em dialogar com qualquer categoria que seja. Esse é o jeito Paulo Hartung de “gestão democrática”.
Fragmento
1 – A vice-prefeita de Conceição da Barra, no norte do Estado, Adélia Marchiori (PMDB) vai apoiar a candidatura do ex-prefeito do município Manoel Pé de Boi (PMN) na disputa pela prefeitura este ano, depois que o PMDB preteriu seu nome na disputa.
2 – O partido trabalhava com três nomes para a disputa: Nerzy Jr., Adélia Marchiori e Thiago Magela. Mesmo sendo a vice-prefeita do município, foi preterida na escolha do PMDB.
3 – Adelia saiu desgastada do episódio em que a Câmara de Vereadores deu posse a peemedebista quando o prefeito havia se afastado para tratamento médico. Esse episódio pode trazer prejuízo ao candidato do PMN, Manoel Pé de Boi.