
Um recente encontro em Brasília abriu conversas para uma nova configuração política que muda as eleições deste ano no Espírito Santo. Mal foi liberado como o candidato majoritário do PT, o ex-prefeito de Vitória João Coser partiu para as articulações políticas, sentando-se à mesa com o ex-presidente Lula, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT). A discussão girou em torno de uma coligação composta pelos três nomes: Hartung candidato ao governo do Estado; Coser livre para ser o nome da chapa ao Senado; e Vidigal no posto de vice de Hartung. Este seria o palanque de oposição ao governador Renato Casagrande na disputa deste ano. Está aberta a negociação.
Sinais
A considerar as movimentações recentes de Hartung, que não negam sua intenção, a história tem tudo para vingar. A bandeira será a área econômica, como deixou claro o ex-governador, ao sair em defesa do estudo elaborado por dois de seus antigos aliados, Haroldo Correa Rocha e Ana Paula Vescovi, no jornal Folha Vitória. Ainda recomendou: “o relatório precisa ser analisado para corrigir os rumos das finanças do Estado”.
Certeiro
Também com esse estudo, Hartung consolidou outra jogada: “queimou” o senador Ricardo Ferraço (PMDB) com o governador Renato Casagrande. Após a divulgação dos números, quem teve que se explicar foi o próprio senador, já que ele abriga os economistas Haroldo e Ana Paula em seu gabinete. O ex-governador acertou dois alvos com um tiro só.
De novo
Lembrando que Hartung já havia tirado o senador da mesa de negociação para as eleições deste ano. Ferraço queria ser candidato ao governo, mas tomou outro “baile”.
No lucro
O que dizem é que a única possibilidade dessa configuração babar é Vidigal não se interessar pela vice. Mas para quem está de escanteio nas negociações deste ano, difícil…
No lucro II
O PDT teria perdas e ganhos com a história. Perdas: perderia o puxador de votos da eleição deste ano na proporcional; ganho: Vidigal trocaria o duvidoso pelo certo, ou seja, não precisaria correr o risco de enfrentar o candidato a deputado federal Vandinho Leite e ser derrotado dentro de seu domínio eleitoral. De quebra, se sair como vice, pode lançar sua mulher, a deputada Sueli Vidigal (PDT), à reeleição.
Danou-se
Imagine agora todos os desdobramentos possíveis com esse novo cenário. Hartung, mais uma vez, embaralhou o campo. Tem contra-ataque, Casagrande?
Já vi esse filme
O Espírito Santo foi mais uma vez preterido da composição dos tribunais superiores. Desta vez, na disputa do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que engloba o Estado e o Rio de Janeiro, mas não abriga capixabas. O advogado Luiz Henrique Alochio perdeu a vaga para Letícia Melo, filha do ministro do STF, Marco Aurélio Melo.
Q.I
Letícia é considerada nova para o posto e tem pouca experiência na área. Atuou em apenas cinco processos e não tem cursos de pós-graduação. Já Alochio é professor universitário, procurador concursado da Prefeitura de Vitória e autor de livros. Mas, nesse caso, tem o tal do Q.I (quem indica). Sabe como é…
Fartura de nomes
Nada contra o cantor Toni Garrido, muito pelo contrário, mas porque a Assembleia Legislativa precisava homenageá-lo na sessão solene que comemorou os 165 anos da Revolta do Queimado, na Serra, nessa quarta-feira (19)? Tanta gente da terra merecendo reconhecimento…
140 toques
“Sou a favor da Internet Livre, por isso discordo do atual projeto do Marco Civil”. (Deputado federal César Colnago – PSDB – no Twitter)
PENSAMENTO:
“A coisa mais secretamente temida acontece sempre”. Cesare Pavese