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Choque de realidade

Os cortes no Orçamento para 2015 feitos pela equipe econômica do governo do Estado, que atingem áreas sociais, como educação, saúde e segurança, entre outros, chamam a atenção, mas não chegam a ser uma surpresa para quem acompanhou os discursos do ex-governador Renato Casagrande (PSB) no período de transição. 
 
O socialista dizia naquele momento que Hartung tentava desqualificar seu governo com a ideia de que havia um descontrole nas contas públicas para evitar o cumprimento de promessas de campanha. Hartung prometeu um governo voltado para o social e tinha a educação como sua principal bandeira de campanha. 
 
Mas de outubro para cá, os cenários nacional  e internacional mudaram muito e a crise econômica vai tirar dinheiro do cofre. O governador que a princípio surfou nessa onda, aproveitando para colocar na conta do antecessor a responsabilidade pelos recursos que serão escassos neste ano, agora pisa no freio e revela que sua prioridade nunca foi investir na área social. 
 
Até porque não é esse o seu perfil, se fosse o teria feito no governo passado, afinal esteve à frente do Palácio Anchieta por oito anos, tempo suficiente para projetar um governo que desse à sociedade algumas respostas para as demandas sociais. Em vez disso, seus governos foram de entrega de obras, seguindo uma tendência dos anos 30, como dizia o lema do ex-presidente Washington Luiz “governar é abrir estradas”. 
 
Sem conseguir entregar aquela que seria a grande marca de seu governo: o Aeroporto de Vitória, partiu para uma outra proposta, também antiga de que um grande gestor deve entregar uma obra na área de cultura, daí surgiu o polêmico Cais das Artes. 
 
Essa história de corte linear não cola. Todo governo tem prioridades e as áreas prioritárias sempre são poupadas da faca. Se Hartung corta na educação e, sim, ele cortou é porque a prioridade na educação, assim como foi em 2006, a educação serve para formular um palanque eleitoral. 
 
O problema é que não se sabe se a sociedade terá o mesmo comportamento de antes. Será que desta vez Hartung vai conseguir concluir seus quatro anos sem gastar com políticas públicas, privilegiando a elite empresarial e ainda sair de salvador da pátria? 
 
Fragmentos:
 
1 – Embora o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS)  tenha saído do encontro com o governador  Paulo Hartung dizendo que política não fez parte da agenda, o fato de os dois terem se encontrado já é um ato político.
 
2 – Isso deve ter acendido o sinal de alerta no ninho da pomba, ou deveria. Embora não crave isso, fica entendido que Renato Casagrande conta com Luciano Rezende como seu principal jogador na eleição de 2016. Mas é melhor começar a aventar um plano B.
 
3 – Passada a votação do Orçamento de 2015 do jeito que o governo queria, a conversa com a Assembleia vai mudar de tom?

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