A jogada palaciana na discussão da presidência da Assembleia Legislativa, assunto que deve invadir o mercado político assim que terminar o segundo turno das eleições, e emplacar o aliado de primeira linha, o deputado licenciado Rodrigo Coelho (PDT), na cadeira de presidente. Mas se é assim, por que o governo não só autorizou, como também incentivou a aprovação da brecha que permite a reeleição de Theodorico Ferraço para o cargo?
Se passado o risco de Ferraço jogar com o pedido de impeachment do governador – que teria motivado a aprovação em primeiro turno de Luiz Durão (PDT) que favorece Ferraço –já passou, depois que o presidente da Casa arquivou o processo, por que o Palácio ajudou a aprovar o segundo turno da PEC? Tudo bem que demorou um mês para a matéria ser aprovada com a ajuda do líder do governo.
Ao governador não interessa irritar o explosivo Ferraço neste momento. Isso poderia causar muita dor de cabeça, porque barulho, o demista sabe fazer. Tudo que o governador não precisa, neste momento, em que tenta vender sua imagem de gestor perfeito para a mídia nacional, de uma encrenca com Theodorico Ferraço.
Mas ele também não precisa do deputado à frente da Assembleia, sobretudo em 2018, quando deve estar disputando com o filho do deputado, Ricardo Ferraço (PMDB), uma vaga no Senado. Bem mais tranquilo seria ter um aliado à frente da Casa para manter o legislativo sob controle, para construir sua candidatura sem sobressaltos, passar o bastão para o vice César Colnago (PSDB) com tranquilidade e trabalhar sem pressão a eleição dele e de seu grupo político em 2018.
Agora caberá a Hartung orientar corretamente Rodrigo Coelho para que o pedetista possa construir esse caminho rumo à presidência com muito cuidado – e ele tem fama de ser o “jeitoso” da Assembleia. Coelho terá a missão de minar o palanque de Ferraço à reeleição, sem que isso se torne uma bomba na direção do governador. Com uma Assembleia fraca como a atual, pode não ser nada difícil.
Mesmo aprovando a possibilidade de reeleição de Ferraço, os deputados estaduais vão esperar um sinal do Palácio para escolher seu candidato e vai ser quem Hartung quiser. Uma coisa parece cada vez mais evidente, esse nome não é do de Ferraço.
Fragmentos
1 – O prefeito de Vitória está comemorando mais um dado positivo, com a divulgação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública acaba de divulgar a Capital Brasileira que mais reduziu os crimes contra a vida foi Vitória. Parece que esqueceu a confusão na Leitão da Silva, no início da semana.
2 – Os candidatos a prefeito da Serra estão preocupados com o vazamento de áudios na reta final da campanha, como aconteceu no primeiro turno. O prefeito Audifax Barcelos (REDE) publicou essa preocupação em sua página no Facebook.
3 – Termina nesta terça-feira (1) o prazo para os candidatos que disputaram o primeiro turno apresentem à Justiça Eleitoral a prestação de contas. Quem está disputando o segundo turno, também tem que prestar contas da primeira fase. Sobre a segunda etapa, a data é 19 de novembro.