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Conveniências

Ao chegar ao governo do Estado em 2002, pelo PSB, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) adotou um discurso de união pela “reconstrução ética do Estado”. Com essa ideia, Hartung reuniu em torno de seu governo todas as lideranças políticas do Estado e segmentos da sociedade civil, como a Igreja Católica e a OAB, que ajudaram a fortalecer o discurso maniqueísta que permeou seus dois mandatos.
 
Mais do que um sistema de coalizão que foi implantado em nível federal pelo então presidente Lula, no Estado o que valia era a unanimidade. Um sistema que calou a oposição e enfraqueceu os partidos, fazendo florescer uma forte política de grupo.
 
Também nesse sistema foi eleito o sucessor de Hartung, Renato Casagrande, que nos últimos quatro anos conseguiu manter e ampliar a base que sustenta essa unanimidade. Mas o sistema apresenta sérios indícios de falência e essa falência é decretada justamente por quem a construiu. 
 
O governador Renato Casagrande vem a público dizer que está cansado de cascas de banana que são jogadas em seu caminho. Ele deveria saber, porém, que ao se guindar a um sistema que privilegia um grupo político, estaria sujeito a esse tipo de manobras. 
 
Casagrande não era o do grupo, virou candidato palaciano a contragosto, graças a uma manobra nacional. A unanimidade era uma conveniência para Hartung e seus aliados, hoje ela não é mais. Talvez amanhã, se ele retornar ao Palácio Anchieta, volte a ser interessante. Quanto às fofocas, boatos e intrigas nos bastidores da política capixaba, não há também nenhuma novidade aí. 
 
O governador estabeleceu um sistema de blindagem do governo de seu antecessor, conviveu todo esse período com os aliados de Hartung dentro de sua equipe, assumiu contas que não eram suas. Nada disso foi capaz de manter Hartung em seu palanque. Agora não adianta irritação com as movimentações de bastidores, o que resta a Casagrande é ir para a disputa eleitoral, sabendo que ela será difícil. Insinuações ao vento não vão adiantar.
 
Fragmentos:
 
1 – A aposentadoria de Claudio Vereza (PT) não significa transferência automática de votos para a senadora Ana Rita. A corrente Articulação de Esquerda sabe disso.

 

2 – A parlamentar vai apostar no trabalho desenvolvido no Senado para conquistar o voto dos eleitores de Vereza. Como seu trabalho vai ao encontro das premissas da Igreja Católica, onde está parte do eleitorado do grupo, tem chances. 

3 – O fato de ter sido preterida na disputa ao Senado também pode trazer um discurso de vitimização que sensibilize a militância. Pela divisão da votação no encontro de delegados, Ana Rita terá a solidariedade do partido.

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