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Cuspindo no prato que comeu

Faz três meses que Paulo Hartung (PMDB) venceu as eleições para governo do Estado, mas os ataques ao agora ex-governador Renato Casagrande (PSB) não cessaram. Ao contrário, se intensificaram. 
 
Muita gente apostava que a temporada de caça ao socialista terminaria com a posse no primeiro dia do ano, mas Hartung aproveitou os holofotes na Assembleia e no Palácio Anchieta para seguir espinafrando o antecessor. 
 
Nesta segunda-feira (5), porém, a secretária da Fazenda Ana Paula Vescovi – braço direito e esquerdo de Hartung -, em entrevista de mais de uma hora à Radio CBN-Vitória, mostrou que seu “chefe” não está disposto a cessar fogo tão cedo. 
 
Ana Paula, que faz o papel de porta-voz do governador, seguiu criticando a gestão de Casagrande. Na maioria das respostas, ela dava um jeitinho para embutir uma crítica ao governo do socialista, repetindo o discurso que Hartung vem fazendo há alguns meses. 
 
Quem ouviu a entrevista de Ana Paula ficou com a sensação de que o governador Casagrande não deu um única bola dentro. Fez tudo errado. À medida que o novo governo vai se apropriando das informações do antecessor, vai pintando o cenário apocalíptico com cores cada vez mais fortes.
 
A titular da Fazenda – uma das autoras do famigerado estudo que deu o pontapé inicial às críticas a Casagrande – tem a missão de convencer a opinião pública de que o governo do socialista foi incompetente e irresponsável com as finanças do Estado. 
 
O curioso nesses ataques é que as críticas centradas em Casagrande transbordam para equipe de governo do socialista. Afinal, ninguém governa sozinho. Hartung, Ana Paula e cia se esquecem que ao atacar Casagrande estão atacando os próprios remanescentes do governo do peemedebista. 
 
A reportagem desta segunda (5) listou os secretários que estiveram no governo Casagrande até junho deste ano, que foram indicados por Hartung graças ao pacto de continuidade firmado em 2010 com Casagrande.
 
 Além dos hartunguetes de carteirinha como  Ângela Silvares, Paulo Ruy Carnelli e Neivaldo Bragato, só para citar três representantes genuínos do núcleo duro de Hartung  absorvidos por Casagrande, há aqueles que pareciam afinados ao governo do PSB, mas que não tiveram dificuldade para aderir ao novo governo. Caso de Rodrigo Júdice, por exemplo, e do próprio André Garcia, que foi revelado por Hartung, mas que recebeu status de supersecretário no governo Casagrande – ocupou as secretarias de Ações Estratégicas, Justiça para depois assumir a Segurança.
 
A estratégia de atacar irrestritamente o governo Casagrande é de uma incoerência abissal. Hartung está cuspindo no prato que comeu para deppois voltar a comer no prato que cuspiu. Será que ele acha que Casagrande governou o Estado sozinho? A incoerência dos ataques é a prova incontestável de que todas essa saraivada de críticas não passa de uma jogada política, e daquelas bem rasas.

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