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Debate necessário

No momento em que o Senado estabelece como prioridade a discussão da Reforma Política, tendo como um dos pontos chave o financiamento de campanha, o tema ganha relevância no Estado. 
 
Nessa segunda-feira (2), a ONG Juntos SOS Espírito Santo Ambiental protocolou um requerimento na Assembleia pedindo a suspeição dos membros da CPI do Pó Preto que receberam recursos para a campanha eleitoral do ano passado de empresas poluidoras. 
 
Essa deve ter sido até aqui a maior contribuição da CPI, mas não do jeito que os deputados queriam. Manobras políticas que antecederam a criação da comissão chamaram a atenção da sociedade para o financiamento privado de campanha. 
 
Ao todo, 14 deputados da atual legislatura receberam financiamento da Vale e da Arcelor Mittal. Isso sem falar dos outros que receberam também da Fibria (antiga Aracruz Celulose). Agora é o vereador Max da Mata (PSD), que vai assumir a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória, quem está na berlinda, já que ele também recebeu doações de poluidoras. 
 
Max da Mata, assim como os deputados estaduais, se defende da mesma maneira, dizendo que o financiamento não compromete sua atuação. Pode ser, mas que isso causa uma situação desconfortável, causa. O próprio governador Paulo Hartung (PMDB), que levantou a lebre do pó preto no início de fevereiro, logo abandonou o discurso, já que as poluidoras também contribuíram para sua campanha. 
 
A pratica das empresas de financiar políticos para defender em seus interesses no mandato é antiga e não adianta dizer que não há pressão. No Congresso Nacional, além dos partidos e dos posicionamentos (situação ou oposição), as bancadas são divididas de acordo com os interesses econômicos. 
 
Durante muito tempo a classe política alegou que não dá para falar em financiamento público de campanha porque a população não toparia bancar, mas quando essas distorções vêm a público, e desta vez, as manobras estão muito claras, é possível fazer com que o eleitor entenda na mão de quem estão os representantes que ele elegeu. 
 
O momento para mudar o cenário é esse e é necessário que a população fique atenta para que essa reforma se torne uma ação em benefício da democracia. 
 
Fragmentos:
 
1 – O Executivo definitivamente vai movimentar esta semana da Assembleia. Nesta terça-feira (3), quem participa da Comissão de Políticas Sobre Drogas da Casa é o vice-governador César Colnago (PSDB).
 
2 – O tucano vai ser o coordenador dos programas do governo do Estado para o combate às drogas. Na semana passada foram aprovados no Legislativo dois projetos dando poderes ao vice para atuar na área.

 

3 – Nelson Aguiar tem acesso livre ao plenário da Assembleia como qualquer ex-deputado estadual. Aliás, foi deputado federal constituinte, recebendo nota 10 do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), coisa que os atuais representantes estão bem distantes.

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