Na disputa pela prefeitura de São Paulo é latente o viés político nacional nos principais palanques. A ida da ex-prefeita Marta Suplicy para o PMDB já tem se tornado uma ferramenta na mão de seus adversários, que tentam colar na candidata a pecha de apoiadora de um governo que quer restringir direitos trabalhistas. O baixo desempenho do prefeito Fernando Haddad está ligado a essa questão também. Em outros grandes colégios eleitorais, a discussão nacional também passa pelos palanques municipais, mas não no Espírito Santo.
A disputa por aqui entra em sua reta final ainda focada na disputa entre as lideranças locais. Cada cidade está envolvida com suas próprias disputas. As lideranças não querem estadualizar e nem nacionalizar o pleito, já que isso não é um bom negócio para ninguém.
Em Vitória, por exemplo, os candidatos que poderia fazer esse debate, Perly Cipriano (PT) e André Moreira (Psol) não têm o espaço para introduzir o assunto. Já os outros querem evitar esse viés. No caso de Lelo Coimbra (PMDB), quando mais afastado da questão nacional, melhor. Como presidente do PMDB capixaba, ciceronizou Eduardo Cunha quando o deputado veio ao Estado em campanha à presidência da Câmara.
Por outro lado, votou a favor do impeachment da presidente Dilma, que permitiu a ascensão de Michel Temer ao governo, o que vem dividindo opiniões em vários cantos do País. Por isso, ele não toca no assunto. Amaro Neto e seu SD, de Manato e Paulinho da Força, também não devem mexer na questão nacional, e Luciano Rezende (PPS) está mais preocupando em convencer o eleitor de que cumpriu tudo que prometeu do que mexer com questões alheias a Vitória.