O ano eleitoral nem chegou ainda e o PT do Espírito Santo já parece ter tirado o time de campo. Os ex-prefeitos de Vitória, João Coser; e de Cariacica, Helder Salomão, acenam para a possibilidade de não disputarem a eleição de 2016. Mas não seria uma decisão precipitada?
O PT capixaba parece ter internalizado essa história de crise do governo federal. Muita gente quer resguardar o capital que ainda tem evitando embates políticos no ano que vem. Alguns, até pensam em deixar o partido para evitar o rótulo petista. Mas a coisa não é bem assim. E a instabilidade do eleitorado não determina o fim do partido.
A pesquisa Data Folha divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo sobre a sucessão em São Paulo mostra isso. A liderança isolada é do deputado federal Celso Russomano (PRB), com 34% das intenções de votos, mas o restante dos concorrentes estão como “japoneses', com média de 12 pontos. O prefeito petista Fernando Haddad, em um cenário bem adverso, governando a cidade que mais rejeita o governo Dilma e o PT, tem 12% das intenções de votos, e com os melhores índices justamente na elite paulistana, que é considerada a mais conservadora do País e de onde eclodiram os principais movimentos “Fora Dilma”.
Além disso, Marta Suplicy (PMDB), tem outros 12%. Ela é lembrada pela gestão, que fez no PT, logo, independentemente da legenda, já que está há muito pouco tempo no PMDB, o eleitor se lembra de seu desempenho na prefeitura e não de sua coloração partidária. Enfim, os números em São Paulo mostram que não está tudo perdido para o PT.
No caso de Vitória, menos ainda. O cenário que se tem é muito impreciso e com lideranças fortes, mas nenhum fenômeno que possa tirar qualquer um do páreo. O prefeito Luciano Rezende (PPS), evidentemente, não vai vender fácil uma eventual derrota. Ele está com a máquina na mão e acreditando que com publicidade vigorosa vai conseguir minimizar o desgaste de sua gestão, bem distante do prometido em campanha.
Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) é um nome forte, com grande favoritismo, mas seu perfil não é de competição. Há sempre uma sensação de que o tucano não dá 100% de si em uma campanha e perde o fôlego no decorrer do processo. Lelo Coimbra (PMDB) pode ser o candidato do governador Paulo Hartung (PMDB), mas precisa expandir seu capital pela cidade. O deputado estadual Amaro Neto (por enquanto no PPS) é o preferido entre a população mais carente, mas isso também não garante uma eleição.
Neste sentido, se Coser entrasse na disputa poderia chamar Luciano Rezende para um debate comparativo de gestões, já que seus dois mandatos são imediatamente anteriores ao de Luciano. Seria uma discussão mais próxima do que com os oito anos de Luiz Paulo.
Mas Coser preferiu a comodidade palaciana. Colocar outro petista na disputa para puxar esse debate não terá o mesmo efeito. E, assim, o PT pode perder a oportunidade de se reerguer. Não que fosse uma vitória certa, longe disso, mas não seria uma derrota tão dolorida como imaginam hoje os próprios petistas.
Fragmentos:
1 – Essa história de prefeito querer reduzir salários não convence. Além de não trazer uma economia eficiente para o município pode comprometer a contratação de profissionais qualificados, como médicos, por exemplo. Já que ninguém pode receber mais do que o prefeito.
2 – No próximo dia 24, a partir das 18 horas, a Câmara de Vila Velha, por intermédio do Zé Nilton (PT), realiza audiência pública para debater a aplicação das verbas da educação no município.
3 – O deputado estadual Erick Musso (PP) mostra orgulhoso o resultado de uma mudança de vida. Reeducação alimentar e exercícios físicos mudaram a fisionomia do líder do governo. Está fininho.