Quinta, 28 Março 2024

Delação premiada às avessas

 

Se há uma coisa que fere o “código de ética” dos bandidos, se é que eles têm um, é dedurar o comparsa. Toda quadrilha criminosa que se preze, quando um dos elementos é preso, confia no silêncio do parceiro que se deu mal. Parece existir uma espécie de juramento implícito para resguardar os que permanecem, por algum motivo, impunes. 
 
A quadrilha formada dentro do Instituto de Atendimento Socioeducaivo do Espírito Santo (Iases) e da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis) parece que funcionava dentro desses parâmetros. A principal representante do governo presa, a diretora-presidente do Iases, Silvana Gallina, embora abalada com a prisão, não deve abrir o jogo e entregar os outros membros da quadrilha.
 
Ao contrário da delação premiada – quando se oferece benefícios legais ao criminoso delator que aceita colaborar com as investigações ou entregar os amigos quadrilheiros –, a diretora-presidente do Iases está sendo beneficiada para se manter calada. Há muita gente preocupada que Gallina se sinta abandonada pelos amigos, perca a cabeça e dê com as línguas nos dentes, arrastando outros suspeitos com ela. 
 
Parece que o secretário de Justiça Ângelo Roncalli é um dos que estão contando com o silêncio de Gallina. Se publicamente Roncalli tem tratado as denúncias de corrupção no Iases com surpresa, dando a entender que está decepcionado com sua Gallina.Nos bastidores, porém, o secretário parece estar bem empenhado em assegurar um tratamento VIP à diretora-presidente do Iases, que permanece detida desde a última sexta (19), após a polícia prender outras 12 pessoas ligadas ao esquema de corrupção no Iases e na Acadis.
 
Dizem que Silvana estaria detida numa sala reservada do presídio, que teria sido poupada dos procedimentos de praxe como, por exemplo, se vestir com as roupas da penitenciária. Dizem que Silvana teve o privilégio de levar seu próprio enxoval. Corre também que ela teve acesso ao telefone, o que seria ilegal, pois ela justamente foi presa para ser investigada e permanecer incomunicável durante os cinco dias da prisão provisória. 
 
Não vamos aqui tratar essas informações como oficiais porque não podemos revelar nossas fontes, mas também, pelo histórico dos últimos acontecimentos, que são escabrosos, também não vamos tratar a informação como uma mera fofoca. 
 
A informação é que a diretora de Ressocialização da Secretaria de Justiça, Quésia da Cunha, tenha sido designada por Roncalli para prestar toda a assistência a Gallina para que ela não se sinta desamparada nesse breve período de cárcere. Parece que o mimo está funcionando. 

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