Dia D
A próxima segunda-feira (15) será um dia decisivo na Assembleia. Não há como adiar mais a discussão sobre o projeto de decreto legislativo que suspende a cobrança de pedágio na Terceira Ponte. O prazo do parecer está vencido e os deputados vão ter que votar a proposta.
A tendência é de que os deputados derrubem o projeto, o que deve trazer mais prejuízo do que podem imaginar. Ao proteger o sistema, vão afetar o eleitorado da Grande Vitória, que representa mais da metade dos votos. E do jeito que as coisas estão, não é possível que acreditem que o velho sistema vai conseguir garantir suas reeleições.
Não se trata mais do projeto de estar a favor ou não da cobrança, de submeter-se ou não ao projeto do deputado Euclério Sampaio (PDT), de quem a maioria do plenário tem bronca. Trata-se de dar uma resposta às reivindicações da rua.
Em nível nacional, tanto o Executivo quanto o Legislativo já se posicionaram em relação ao movimento. Tudo bem que a resposta da presidente Dilma não foi exatamente o que foi requerido, mas houve uma sinalização. O Congresso, mesmo a contragosto, também se posicionou, ainda que sob pressão.
Mas a Assembleia ainda não deu nenhuma resposta. Em meio a uma ocupação, o presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), ainda tentou blefar com os manifestantes. Essa situação é complicada e os 15 deputados que se recusam a voltar ao prédio da Assembleia enquanto os manifestantes estiverem lá, dão uma demonstração de não entendimento do clima político.
A Assembleia não é dos deputados, eles passam por lá e a Casa fica. A postura intransigente de não retornar ao Legislativo não foi mal vista só pelos manifestantes. O pedágio afeta toda a população que utiliza a ponte ou que de alguma forma é impactada pelos efeitos no trânsito gerado nas vias que dão acesso a ela. A desculpa de que os municípios do interior vão pagar a conta soa como chantagem e os deputados estão avalizando um discurso do governo que poderá custar muito caro no próximo ano.
Os parlamentares têm um fim de semana para avaliar a situação e tomar uma posição. Mais do que a legalidade ou não do decreto, há uma pressão popular que põe em jogo muito mais do que a decisão sobre um projeto de lei.
Fragmentos:
1 – Mais uma vez o projeto que institui a direção direta para diretor de escola volta a ser discutido na Assembleia. Será que depois do furacão que passou pela Casa, os deputados e seus aliados vão largar esse osso?
2 – Havia um clima de profundo constrangimento entre as lideranças políticas que receberam a pauta de reivindicação dos movimentos sindicais no Palácio Anchieta nessa quinta-feira (11).
3 – Poucos deputados apareceram no ato público em frente à Assembleia Legislativa nessa quinta-feira. Medo do povo?
Veja mais notícias sobre Colunas.
Comentários: