No dia 15 de março é comemorado o Dia Mundial do Consumidor, ocasião para avaliar o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor – CDC, que estabelece e transforma as regras para a relação entre consumidores e fornecedores e, para promover a conscientização do consumidor em relação à defesa de seus direitos.
Aproveitamos a ocasião para tratar sobre os perfis de consumidores entendendo que eles não são “engessados”; ou seja, são mutáveis, influenciados tanto pelo momento como por fatores internos e externos.
O consumidor pode ceder ao modismo, influenciado pela mídia e pela publicidade em suas escolhas. Há também o tipo de consumidor que visa mostrar aos outros que tem, que pode e, que é melhor por ter e não por ser, somado àquele que compra pelas marcas e grifes, visando o status, a inclusão social e/ou o poder.
O tipo de consumo por impulso, sem prévia reflexão sobre a real necessidade e possibilidade, geralmente, acaba sendo responsável pelo descontrole financeiro e pelo endividamento excessivo, podendo esconder uma doença – a compulsão. Vale lembrar que depois das compras por impulso vem o vazio, o arrependimento e a tristeza, que confirmam que, para esse tipo de comportamento de consumo há a necessidade de tratamentos médico e psicológico específicos, além do tratamento das dívidas.
Os problemas na vida podem gerar estresse e a partir dele, o impulso às compras, que ocorre assim como uma tentativa de fuga da realidade.
Os canais de vendas estão cada vez mais variados e próximos aos consumidores, estrategicamente para alcançar a todos os perfis de consumidores, onde quer que ele esteja e da forma que preferir. Além das lojas físicas, foram criados os canais de vendas à distância, seja a partir de anúncios nas mídias e concretizado via telemarketing ou através da internet, com os compradores on-line.
Esses canais produziram um novo tipo de consumidor, os que querem poupar tempo no deslocamento e na fila de espera e dinheiro nas ofertas anunciadas.
Esses consumidores geralmente consomem sem necessidade, seduzidos pela praticidade, pelas promoções (nem sempre reais) ou por novas tecnologias.
Então, o que nos motiva no consumo? Preferencialmente pela necessidade, mas também influenciado pela mídia, por influências psicossociais como: baixa autoestima, pela solidão/vazio, ociosidade, tristeza ou euforia, raiva, vingança, estresse, por status ou por doença, como a compulsão.
Ter dinheiro é para gastar, comprar, consumir, seja com itens necessários ou com objetos de desejo. Isso faz parte do senso comum, ainda prevalente entre os brasileiros e, a depender da dose, é responsável por consequências como o (super) endividamento e a partir dele, o adoecimento individual e familiar.
Cientes das motivações, dos perfis e das consequências: atenção no seu consumo e aos seus direitos!
Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br
https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/