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Dilma vem aí

Até o fim deste ano a presidente Dilma Rousseff deve vir ao Estado. Para os meios políticos, este seria um bom teste para a repentina simpatia do grupo do ex-governador Paulo Hartung  (PMDB) pela reeleição da petista. Ao vir ao Estado, Dilma poderia ficar frente a frente com os peemedebistas que querem se habilitar como puxadores de votos para a presidente em 2014.
 
A costura, até agora, se restringiu ao PMDB nacional, em um encontro de Hartung e o senador Ricardo Ferraço com o vice-presidente Michel Temer e o presidente nacional do partido Valdir Raupp (RR). Também seria uma excelente oportunidade para a relação ser colocada em pratos limpos. 
 
Vários foram os episódios em que Hartung foi cobrado a assumir o papel de base do governo federal e acabou encontrando uma forma de sair pela tangente. Em 2010, quando o PMDB nacional cobrou de Hartung, ainda governador do Estado, o apoio à candidatura de Dilma Rousseff, o peemedebista até tirou foto ao lado da presidente em frente ao Palácio Anchieta, mas foi tudo para inglês ver. 
 
Naquele outubro de 2010, ao saber da vitória de Dilma para a Presidência, mas com derrota em Vitória e Vila Velha, Hartung não poupou críticas à presidente. Disse que o resultado era um recado das urnas capixabas para Dilma e que ela precisaria calçar as sandálias da humildade. 
 
O problema é que o comentário chegou aos ouvidos de Dilma e Hartung, que já não contava com uma grande admiração da cúpula petista, passou a ser persona non grata no partido. Por isso, a tendência é de que ele tenha muita dificuldade em convencer o grupo de Dilma de mudança de postura. 
 
Fica ruim para o governo federal posar ao lado de quem lhe criticou tanto e ainda critica. O governo Paulo Hartung jogou nas costas do governo federal os problemas sociais e estruturais que o Estado sofreu no período. Além disso, a eleição do próximo ano pode ser bem mais complicada para Dilma e ela não poderá se dar ao luxo de arriscar. Apostar em um grupo que pode não se empenhar em conquistar os votos que precisa, pode ser um risco muito grande. 
 
O eleitorado capixaba é pequeno, mas se a disputa ficar acirrada, qualquer eleitorado vai contar,  e muito. Já para o grupo de Hartung, é também uma aposta complicada. Como vai defender um governo que tanto prejudicou o Estado? Ele e Ferraço usaram e abusaram e ainda usam o discurso de o Estado dá muito mais à União do que a União ao Estado. Então, por que defender a manutenção desse governo? 
 
Dilma pode até adotar o grupo de Hartung como palanque no Espírito Santo, mas antes disso vai ter que afinar o discurso. Para isso, será necessário lavar muita roupa suja. 

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