O sindicato dos metalúrgicos soltou um boletim que comete três equívocos. O primeiro, com um item que confunde o leitor. Em um ponto intitulado “A previdência está quebrada”, ele reforça um discurso do governo golpista. O texto desmonta isso, mas deixa dúvida no título.
Em outro ponto, ele faz uma galeria com a bancada capixaba, para mostrar como ela vota na questão. Mas mistura os dois parlamentares do PT – Helder Salomão e Givaldo Vieira – que votam contra a perda de direitos. Deveriam ter separado o joio do trigo.
É verdade que outros deputados estão se colocando contrários, mas a em uma questão pontual ou por pressão. Os deputados do PT tem se colocado sistematicamente contrários ao desmonte dos direitos dos trabalhadores. É uma postura partidária e não oportunista.
Mas, o grande equívoco do material, não está em seu conteúdo e sim na forma como é trabalhado. Cabe ao movimento sindical como um todo, levar as informações e provocar o debate na sociedade. Não adianta produzir um material elucidativo, se ele não tem distribuição e debate.
Essa discussão deve acontecer nos bairros, nas igrejas, nas escolas, enfim e todos os espaços, para que a população possa ser esclarecida sobre o que realmente está acontecendo. A concorrência é forte. O golpe dispõe de uma imprensa vendida, que não dá espaço para a defesa do direito. Os patrocinadores do golpe são os mesmos dos grandes veículos de comunicação, que é de onde o cidadão comum retira suas informações.
O debate fica assim com um lado apenas. Os sindicatos não devem ficar restritos ao chão da fábrica. Até porque o chão da fábrica está vazio. Hoje a luta é muito maior e está sendo desigual, porque o movimento sindical abriu mão da rua, abriu mão da formação política e da busca do envolvimento da sociedade na defesa dos direitos dela.
O movimento sindical precisa retomar esse espaço de debate, buscar apoio a sua luta, ou, em breve, vai acabar sendo desmantelado e devolvido aos trabalhadores como uma sucata que não serve para nada. A hora é de ir para a rua, enquanto a rua ainda é do movimento sindical.
À luta, companheiros!