Sábado, 20 Abril 2024

Eleições 2012: sprint final

A eleição 2012 no Espírito Santo é marcada pela disputa polarizada em pelo menos um terço dos municípios. De acordo com o levantamento a partir do tradicional quadro de estrelinhas - que publicou a última atualização nesta sexta-feira (5) -, no interior, em cerca de 20 municípios, a disputa está de igual para igual, cabeça com cabeça, ou seja, mesmo a poucas horas do pleito, é quase impossível arriscar um palpite seco e apontar um vencedor.

 
Esse fenômeno que tomou conta do interior do Estado, também tem paralelos na Grande Vitória. Na Serra, a situação é mais parecida com a dos município do interior. Desde o início da corrida eleitoral, Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (PSB)  polarizam a disputa. Os últimos levantamentos apontam que o socialista, nesta reta final, leva pequena vantagem sobre o prefeito. A margem favorável a Audifax, porém,  não permite que o candidato cante vitória antes da hora. Ele, melhor que ninguém, sabe que pode se surpreender na abertura das urnas. Mais prudente é esperar. 
 
Em Vila Velha, Vitória e Cariacica o quadro se diferencia um pouco desse cenário que se repete em pelo menos 20 cidades, pois em vez de dois candidatos na disputa ombro a ombro, aparecem três concorrentes embolados.
 
É algo semelhante àquelas provas de 100 metros rasos. Os corredores partem e logo nos primeiros 30 ou 40 metros um pequeno pelotão se lança à frente deixando para trás os demais demais competidores.  Na reta final, eles estão visualmente embolados. Para quem assiste à prova, a sensação e de que não um, mais uma massa composta por vários corpos cruzou a linha de chagada ao mesmo tempo. Os juízes da prova são acionados para analisar a imagem do olho eletrônico, que faz a fotografia do instante exato em que o corredores cruzam a linha.
 
A disputa em Vila Velha, Cariacica e até Vitória está mais ou menos assim. A poucas horas do pleito, a "foto" da disputa em Cariacica mostra Juninho projetando o peito para frente e olhando para o adversário que segue ao lado, como fazem os velocistas na linha de chegada. Juninho, no chamado "sprint final", surpreendeu Marcelo Santo, que deste o início correu absoluto, de cara para o vento. A mesma foto, mostra ainda Lúcia Dornellas embolada com os dois ponteiros, mas pouca coisa atrás.
 
Em Vila Velha mudam os "corredores", mas a imagem é a mesma. Neucimar, a exemplo de Marcelo Santos, desde o início, corre de cara para o vento. Com a vantagem de não ter sido surpreendido por nenhum dos seus dois adversários diretos (Max Filho e Rodney Miranda) na reta final. É verdade que os dois estão literalmente fungando no cangote do republicano, que faz até careta, como os velocistas, para se manter na dianteira, tamanho o esforço descomunal empreendido. 
 
No município canela-verde, a imagem congelada a poucas horas da eleição sugere que Neucimar cruzará a linha em primeiro e Max Filho em segundo, com meio peito de vantagem sobre Rodney, que parece ter ficado um pouco para trás no final. Rodney é aquele corredor que largou discreto, na raia mais escondida. Não queria ser notado justamente para aparecer como elemento surpresa. 
 
Conseguiu. Na metade da corrida, com o apoio do seu manager, Paulo Hartung, saiu lá de trás para entrar no grupo dos favoritos. Parece, porém, que o gás de Rodney acabou. É como aquele corredor que dispara do meio para o final da prova, ganha destaque, mas, na reta final, cansa, e volta a ocupar o local mais compatível às forças de suas pernas. 
 
Na Capital, a imagem de chegada não deixa de ser surpreendente, pois também revela três competidores embolados. É verdade que Luiz Paulo Vellozo Lucas está com um corpo de vantagem e deve cruzar a linha em primeiro. Porém, não é está a imagem que ele projetava no início da corrida. 
 
O tucano, na verdade, trocou a sapatilha de velocista - aquela que é capaz de gerar o grip necessário para manter o atleta com os pés bem presos ao chão - por um salto alto sem tamanho. Ele achava que a vitória seria folgada e que seus principais oponentes não eram páreo para ele. 
 
Luiz Paulo, para piorar as coisas para o seu lado, desafiou a sabedoria popular - aquela que diz que em time que está ganhando não se mexe - e colocou o ex-governador Paulo Hartung em seu palanque. O resultado não foi bom. O salto de Luiz Paulo quebrou ainda um pouco distante da linha de chagada e o tucano foi obrigado a correr claudicando, vendo os adversários se aproximarem pouco a pouco.
 
Neste instante, a imagem mostra que a arrancada de Luciano, que é do ramo, o colocou na sombra de Luiz Paulo. É como se Luciano tivesse dado um "sprint" sensacional e agora, apesar do ritmo forte, mantém as passadas  estáveis. A arrancada, porém, deve, mas ainda não é certeza, ter sido suficiente para levá-lo para o segundo turno.
 
"Deve" porque Iriny ainda pode surpreender. Os observadores comentam que, dos três, apesar da vantagem dos dois sobre a petista, Iriny é a única que está em ascensão. Ou seja, ela poderia ser comparada àquela velocista que enche o peito com as últimas gotas de energia que lhe restam para puxar um "sprint final" impressionante. Não seria surpresa, olhando a foto por esse ângulo, que Luciano, ao olhar para trás para procurar Iriny, percebesse, atônito, que a candidata não está mais atrás, mas ao seu lado, fazendo careta e esticando todos os membros do seu corpo para se projetar à frente no instante exato em que o ponto eletrônico registrar a imagem da chegada. 
 
No domingo (7), todos nós poderemos conferir essa e outras fotos de chegadas após a contagem dos votos. 

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