Ao anunciar que teria em mente seis lideranças para uma possível sucessão estadual, o governador Paulo Hartung (PMDB) atinge o seu grande objetivo nesse processo que é o de desidratar qualquer possibilidade de formação de um novo grupo político liderado por seu desafeto, o ex-governador Renato Casagrande (PSB).
Atraídos pelo canto da sereia, muita gente que caminhou com Casagrande na eleição hoje já sonha em figurar ao lado do vice-governador César Colnago e do senador Ricardo Ferraço, ambos do PSDB, nomeados pelo governador para essa fila sucessória.
Para alguns observadores, tudo não passa de um grande blefe. Hartung precisa limpar o campo político para uma eventual disputa ao Senado, não quer que o grupo de Casagrande se fortaleça e quer manter as lideranças do Estado sob seu controle. Neste sentido, jogou a isca para confundir o mercado político e poder construir seu palanque tentando acomodar as lideranças sem que seu espaço seja ameaçado por outra liderança.
Hartung tem alguns nomes em sua equipe que são hoje trabalhados politicamente, como a ex-secretária da Fazenda e hoje secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, que ajudou a construir o cenário de caos, necessário para Hartung emplacar seu discurso de excelência em “especialista em crise”. Mas com perfil extremamente técnico, ela não parece ser a escolha ideal para encabeçar um palanque.
Já André Garcia (Segurança) e Octaciano Neto (Agricultura) se movimentam politicamente de olho nas eleições de 2018, mas ambos estariam voltados mais para a disputa proporcional, o primeiro à Assembleia, trilhando o mesmo caminho de seu antecessor na pasta, Rodney Miranda (DEM), e o segundo, à Câmara dos Deputados.
Por isso, toda essa expectativa nos meios políticos sobre quem poderia ser o parceiro de Hartung no palanque em 2018. Daqui até lá, a disputa será bem intensa. Mas não será exatamente um campeonato de pontos corridos. Colnago e Ricardo Ferraço já têm suas vagas garantidas. Hartung especula na lista os dois tucanos e mais quatro. O G4 poderia virar G6, só que os demais vão para a fase de grupos, que costuma ser duríssima.
Fragmentos:
1 – O vereador de Vitória Fabrício Gandini (PPS) compartilhou um vídeo nas redes sociais, em que é mostrada a dificuldade da população em utilizar as novas roletas do governo do Estado nos ônibus. São duras de rodar e bem estreitas.
2 – O equipamento vai até o teto do veículo para evitar que algumas pessoas pulem a roleta. Tudo bem que alguma coisa deveria ser feita, mas punir a população toda por causa da falta de educação de uma pequena parcela dos usuários não é justo.
3 – “Peço ao governo do Estado para rever a aplicação de uma medida que prejudica a população, quem usa o sistema de transporte não pode pagar por quem pula roleta. Fala-se tanto em tecnologia, e agora?”, provoca o vereador na postagem.