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Em busca do tempo perdido

Com quais propósitos o governador Paulo Hartung (PMDB) apresenta o deputado estadual (seu novo secretário de Ação Social) Rodrigo Coelho (de saída do PT e a caminho do PDT) como o modelo da renovação política a ser implementada no Espírito Santo ?
 
Algo totalmente contraditório à sua própria conduta política. Pois nesses 12 anos, dominando a política capixaba, Hartung manteve os mesmos personagens espalhados pelos cargos eletivos. Para melhor entender essa logica, basta debruçar-se sobre a atual Assembleia. Os deputados não são exatamente os mesmos, mas carregam os mesmos temores de outrora a Paulo Hartung.
 
Nesta legislatura, tirando os deputados Sérgio Majeski (PSDB) e Enivaldo dos Anjos (PSD), que não se curvam ao governador – ponderando que entre os dois, apenas Majeski faz oposição genuína ao governo -, um ou outro deputado, às vezes, tem rompantes isolados. Mas não passa disso.
 
Essa “renovação” com Rodrigo Coelho, em verdade, não é outra coisa que não uma aberta ameaça as movimentações que florescem nas cabeceiras dos principais partidos para livrar–se das mesquinharias políticas que PH os destina. Para não fugir à realidade, o movimento ainda engatinha achando-se como um pássaro em busca do lugar mais seguro para construir o ninho.
 
Incentiva esse movimento a condição de existirem quadros políticos com capacidade de disputar o governo com o próprio PH, como o são o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o ex-prefeito de Vila Velha e atual deputado federal Max Filho (PSDB), já em movimento franco na arregimentação de forças Estado afora.
 
Vale ainda registrar que jogando em linha de passe, os dois podem perfeitamente garantir uma disputa com PH para o governo,
 
com efeito sobre a acumulação de medo que paira sobre a classe política capixaba.
 
Mas por que duvidar da condição do Coelho como elemento da renovação, capaz de puxar esse movimento de normalização das disputas eleitorais no Espírito Santo? Simples, ele não tem história para isso. É rapaz que vem lá da fronteira do Estado com o Rio de Janeiro tem uma lábia e tanto. É o seu melhor predicado. Seu retrospecto político, porém, põe seu caráter em suspeição. Por onde passou (prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim e governo de Renato Casagrande, também na Assistência) só deixou rastros de infidelidade. Sem contar essa última. Essa saída do PT pelas porta dos fundos confirma seu estilo de fazer política.
 
A verdade é que podemos assistir, doravante, um infindável avanço no sentido de fazer o governador Paulo Hartung voltar a ser igual aos outros “mortais”. Muita em parte pela a sua própria obsolescência. Mas distante ainda de um processo de capitulação ou de uma derrota anunciada. Nada mais do que a volta ao jogo democrático ausente todos esses anos da era PH.

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