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Enfrentando a crise

Em tempos de crise, a dificuldade financeira é consequência prevista e, promover cortes no orçamento pessoal e familiar é fundamental, mas alguns itens são importantes e, retirá-los, pode gerar mais risco do que mantê-los.
 
Uma pesquisa apresentada recentemente pela PROTESTE confirma que em função da crise, os consumidores estão com maior dificuldade para pagar suas contas básicas e também relacionaram os cortes adotados para alcançarem a redução nos gastos mensais, tais como: nas despesas supérfluas, em atividades de lazer e cultura e até no corte dos planos de saúde.
 
Diante da redução no poder de compra dos salários, com os aumentos nos preços, provocados pela inflação, à redução no consumo já é fato, mas existem itens no orçamento que se forem cortados tendem a impactar para um aumento do risco.
 
Considerando que há algumas décadas, mesmo sendo “a saúde é um direito de todos e dever do Estado, com garantia ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde”, conforme artigo 196 da Constituição Federal, de 1988, o acesso aos serviços de saúde pública não contempla a todos e, a contratação de um seguro ou plano de saúde surgiu como um serviço para garantir o acesso (e rápido) ao atendimento médico-hospitalar, àqueles que podem arcar. Segundo o IBGE, quase 30% dos brasileiros têm planos de saúde.
 
Se o corte no plano de saúde está sendo adotado como medida de contenção de gastos e, a saúde pública continua sem garantir o acesso a todos, no caso de haver uma intercorrência de doença, ou ficará sem assistência, ou terá que pagar pelas despesas médicas; o que exigiria contar com recursos financeiros reservados, mas não é o que a pesquisa aponta, pois, 46,9% dos entrevistados informaram que não conseguiram poupar nos últimos 12 meses.
 
Outros itens que o consumidor apontou como impossíveis no momento são: tirar férias, para não fazerem gastos extras e, frequentarem bares e restaurantes, ambos ligados ao lazer e cultura. São cortes necessários para o controle dos gastos, mas também são itens importantes para promoção da saúde mental, pois revigoram, socializam, promovem a interação e combatem o estresse.
 
Uma estratégia que está sendo adotada pelas famílias é o endividamento através do cartão de crédito e do cheque especial para enfrentarem a crise, a custos muito elevados, aumentando o risco de inadimplência.
 
A melhor estratégia para o enfrentamento da crise é rever o orçamento, promovendo cortes nas despesas supérfluas, agindo para reduzir as despesas essenciais, buscar fontes de renda complementares para cobrirem o aumento nas despesas e evitar o endividamento.
 
Antes de cortarmos despesas, devemos considerar as oportunidades e também a importância dos itens na saúde individual, familiar e coletiva.
 

Ivana Medeiros Zon, Assistente Social, especialista em Saúde da Família e em Saúde Pública,Educadora Financeira, membro da ABEF – Associação Brasileira de Educação Financeira, palestrante, consultora, colunista do Portal EduFin www.edufin.com.br

https://sites.google.com/site/saudefinanceiraivanamzon/

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