A eleição para a prefeitura da Serra chega a reta final com um equilíbrio muito grande entre os dois principais adversários, o prefeito Audifax Barcelos (Rede) e o deputado federal e ex-prefeito Sérgio Vidigal (PDT), com leve vantagem sobre o redista. A disputa na verdade pulou o primeiro turno e vai direto para a segunda etapa, que espera-se, se dê em um ambiente completamente diferente do primeiro turno.
Vidigal largou na frente na eleição, mas agora a disputa está em empate técnico dentro da margem de erro pesquisa Brand/Século Diário, uma influência evidente da hospitalização do prefeito, que inibiu os adversários de atacarem a gestão. O prefeito ganhou mídia espontânea no momento mais crítico de sua saúde. Isso o ajudou a equilibrar o jogo com Vidigal.
Mas esse fator emocional já se esgota com a chegada do pleito no segundo turno. Ambos devem para a segunda parte da disputa e aí teremos uma nova eleição, ou melhor, uma eleição com cara de eleição, já que o primeiro turno não contou. Dentro deste cenário de nova eleição, com uma rejeição muito grande dos eleitores ao programa eleitoral no rádio, sem o espaço de TV e uma disputa de bastidores de disseminação de boatos, é difícil fazer apostas.
A pesquisa Brand/Século Diário mostra como os dois disputam palmo a palmo o cenário eleitoral do município em uma disputa muito equilibrada, que tem relação com o recall de cada um e onde não há espaço para lideranças novas.
Também não há espaço para a investida na estadualização do pleito, já que os índices de transferência do governador Paulo Hartung (PMDB) e do ex-governador Renato Casagrande (PSB) não chegam a influir de forma eficiente no pleito. A disputa ali só tem espaço para os dois candidatos e mais nada.
O que se terá é uma comparação de gestões, com Audifax tentando dizer que pegou o município quebrado e Vidigal tentando mostrar que Audifax não avançou em sua gestão. Tudo isso no boca a boca, vão ter que andar muito e com o equilíbrio que se mostra na cidade, qualquer erro poderá ser fatal com os eleitores.
A coluna espera que a disputa na Serra comece de fato, mas que seja disputada no campo das ideias e sem as tradicionais movimentações de bastidores que tanto diminuem o pleito. A Serra é o município mais populoso do Estado, um dos maiores colégios eleitorais e uma cidade com grandes problemas, mas a única da Grande Vitória em condições de se sustentar em meio à crise. Como os dois candidatos vão vender seus peixes nesse cenário é que vamos observar.
Fragmentos:
1 – o presidente do Bandes, Aroldo Natal Silva Filho, presta contas à Comissão de Finanças da Assembleia. Na verdade vai prestar contas da gestão de Luiz Paulo Vellozo Lucas, que deixou a instituição no primeiro semestre para disputar a eleição em Vitória, o que também acabou não acontecendo.
2 – O deputado estadual Dary Pagung (PRP), quem diria, é um dos cabos eleitorais mais ativos da campanha de reeleição do prefeito Neto Barros (PCdoB), antigo adversário político, em Baixo Guandu, noroeste do Estado.
3 – Os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que tem candidato a prefeito com muito mais despesa do que receita na disputa. Sinal que a equipe corre o sério risco de ficar sem receber pelo trabalho