
O pé no freio do senador Ricardo Ferraço (PMDB) no processo de filiação ao PSDB, como divulgado em A Gazeta, sinaliza que ele poder ter aprendido com as rasteiras que levou do governador Paulo Hartung (PMDB). Ou, pelo menos, virou um político mais cauteloso em se tratando de articulações no Estado. Até mesmo porque, Ferraço nunca teve problema algum de mudar de partido, está na lista dos campeões. Não recuaria, portanto, por qualquer razão. A história com o PSDB parecia seguir às mil maravilhas, mas logo começaram a aparecer os obstáculos. Têm os compromissos firmados por ele com prefeitos candidatos à reeleição em 2016, concorrentes de tucanos; tem o discurso casado do governador com o vice-governador César Colnago, que deixa claro que a sucessão em 2018 passará pelo PSDB; e tem ainda o crescimento político de lideranças como o deputado federal Max Filho, que reduzem o já apertado espaço no ninho tucano, mesmo com o esforço de Hartung de tirá-lo do caminho. Isso tudo, somado ao jogo amarrado do governador que, nunca se sabe, será ou não candidato à reeleição. Agora, se 2018 é uma incógnita no que diz respeito à disputa ao governo, nem mesmo garantias ao Senado Ricardo Ferraço tem. Até segunda ordem, não está na fila da sucessão e também não se sabe se Hartung pleiteará uma vaga ao Senado. Sem contar, ainda, com o compromisso firmado pelo governador com o senador Magno Malta (PR). Sem dúvida, é muita indefinição para um político só.
Em cima do muro
Por falar em Hartung, o governador escorregou, escorregou, mas não disse o que pensa sobre o aplicativo Uber de transporte privado de passageiros, em entrevista à Rádio CBN nesta quinta-feira (29).
Em cima do muro II
Já o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), vetou o projeto de seu próprio líder na Câmara, Rogerinho Pinheiro (PHS), proibindo o Uber, por considerar matéria de competência federal. Mas também se mantém fora do embate. Não tem como entrar numa com o próprio líder e vice-versa.
Promete
O fato é que a polêmica ainda pretende render muito. Há movimentos contrários na Câmara de Vitória em favor do sistema, e também no Senado, puxado por Ricardo Ferraço (PMDB). Ou seja, senta que lá vem história.
Nomes
A sessão da Câmara de Vitória desta quinta-feira (29) deve confirmar a seguinte composição para a CPI que vai apurar o passivo ambiental na Praia de Camburi: Serjão Magalhães (PSB), presidente; Max da Mata (PSD), relator; e Wanderson Marinho (PRP), membro.
Bastidores
Seguem a todo vapor as especulações sobre a mudança de local do Fórum de Vitória. Embora o Tribunal de Justiça tenha recuado, dizem que não está descartado o aluguel de R$ 1 milhão por mês do edifício Vértice, na Enseada do Suá, local preferido do órgão. Outra opção seria o prédio da Pietra, na Leitão da Silva, porém, por R$ 650 mil mensais. No primeiro, o dinheiro é só o aluguel, no outro, inclui adequação.
Bastidores II
Há, ainda, a discussão sobre a possibilidade de passar a taxa do Fundo de Apoio ao Registro Civil das Pessoas Naturais do Espírito Santo (Farpen) destinada ao TJES para 20%. A manobra garantiria o caixa necessário para a construção de um prédio próprio. A intenção de se gastar tanto com aluguel rendeu festival de críticas ao Judiciário.
Protesto
O deputado federal Helder Salomão (PT) considerou “desrespeitosa” a aprovação da PEC 215 na comissão especial da Câmara. Ele lembrou que a decisão, na prática, inviabiliza novas demarcações de terras indígenas. Pelo menos um da bancada capixaba para se manifestar sobre esse absurdo, hein!
Esporte
Para participar do Encontro Paulista entre Escolas de Surf, que será realizada neste fim de semana, em Bertioga (SP), 14 alunos carentes da Escola de Surf e Educação Ambiental de Itaúnas, em Conceição da Barra, norte do Estado, precisam de doações. Até agora, arrecadaram 60% do valor (o contato é 27 – 99601 0123). O projeto social foi criado há seis meses. Alô, alô, prefeitura!
140 toques
“Armar cidadãos não vai frear violência… e nem intimidar bandidos. Só vai gerar mais violência”. (Ex-governador Renato Casagrande – PSB – no Twitter).
PENSAMENTO:
“Prefiro ser cabeça de sardinha a rabo de baleia”. Guilherme Afif Domingos