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Espaço sindical

O movimento sindical precisa abrir o olho e as urnas mostraram isso. O poder do capital foi fundamental para decidir quem foram os eleitos e quem saiu derrotado. O movimento sindical ficou olhando os candidatos do capital tomar seu espaço e pior, quem deveria estar no campo disputando espaço em nome do movimento se rendeu ao capital. 
 
Um dos resultados disso foi visível na Serra, município em que o PT sempre ganhou e desta vez saiu perdendo. Os candidatos que tiveram origem no movimento não foram eleitos com essa bandeira e em nível nacional, na Câmara e no Senado, não houve representação do movimento, pelo menos no Espírito Santo. 
 
Isso significa que em caso de vitória de Dilma, o movimento fica sem voz para cobrar as mudanças necessárias em benefício do trabalhador. E se Dilma não vencer, pior ainda, porque será necessário começar do zero e negociar com uma política neoliberal. 
 
Isso aconteceu porque o movimento ficou olhando para o próprio umbigo e esqueceu-se da formação política, que poderia colocar no centro da discussão eleitoral as demandas dos trabalhadores. Poderia ainda, e mais importante, contribuir para a conscientização do eleitor para defender o interesse da classe trabalhadora, e consequentemente da sociedade como um todo, sobretudo os menos favorecidos. 
 
Nos últimos anos, a atenção da política do governo federal no combate à pobreza retirou da miséria um contingente populacional muito grande, o que levou ao aumento do poder de consumo e da qualificação profissional. Diante das mudanças promovidas na sociedade, o movimento sindical precisa refletir sobre a nova forma de lidar politicamente com as demandas sociais e criar as bandeiras que atendam aos interesses não só da classe trabalhadora, mas de toda a sociedade. 
 
Mas para isso, será necessária uma mudança de postura que começa com o corte na carne. Enquanto o poder econômico ditar a conduta dos dirigentes sindicais, não haverá transformação. A sociedade sabe muito bem quem está comprometido com o interesse público e quem está de olho no espaço de poder para satisfazer interesses pessoais. 
 
Ou o movimento sindical se depura, encarando a eleição como um termômetro para sua própria mudança, ou nas próximas eleições vamos acompanhar a vitória do capital sobre o interesse da sociedade de forma ainda mais intensa. 
 
Abre o olho, trabalhador!

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