O governador Renato Casagrande saiu-se relativamente bem na última pesquisa do CNI/Ibope, levando em consideração o clima político em que ela se deu. E visto pelo ângulo da sucessão, não foi lesivo às suas pretensões de reeleição.
Agora, se vai reeleger-se, é outro história. Pois quando se trata de avaliar o seu potencial eleitoral, está dentro dele a trajetória de seu governo carregando o peso da herança dos desmandos do ex-governo Paulo Hartung na educação, na saúde, sobretudo na segurança. O que vem a valorizar em muito os números do governador na pesquisa CNI/Ibope.
Fora as plumas que o ex-governador soltava pelo Estado afora como salvador da pátria, em proveito do prestígio do Casagrande. Era previsível que pudesse ter jogado a imagem dele para baixo.
A pesquisa serve para superar situação desse gênero que latejava no seu currículo eleitoral. Ajuda a reafirmá-lo como competidor na disputa para o governo. Até porque não correspondeu à expectativa de fragilidade para encarar a eleição para o governo. Como era esperado em alguns campos políticos. Mormente no PMDB, que até o advento da pesquisa, acalentava a hipótese de que o senador Ricardo Ferraço (PMDB) fosse nome suficiente para vencê-lo.
Casagrande vai ter incômodos políticos dentro do seu próprio partido, com alguns custos eleitorais. Estão batendo cabeça dentro dele. Os mais antigos militantes, ainda do tempo das vacas magras, trabalham perigosas reservas de domínio. A exemplo da ex-vereadora de Cachoeiro de Itapemirim, Cláudia Lemos, segurando a porta para o deputado Glauber Coelho não entrar no partido.
Existe até um movimento para linchar o presidente regional do partido, Macaciel Breda, a fim de evitar que possa disputar uma cadeira na Assembleia. E olha que Macaciel foi responsável direto pelo bom resultado do partido nas últimas eleições municipais. Como é possível que isso ocorra num partido que tem o governador do Estado?
No caso do PSB, é recorrer ao velho bordão, que nunca comeu melado, quando come se lambuza. No geral, é esperar para ver se Casagrande se apruma para pôr a mão na taça, outra vez.