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Estado ou imagem?

A presidente Dilma Rousseff (PT) cedeu à pressão do PMDB e ampliou o espaço do partido no governo e de uma forma bem particular. Ela entregou a coordenação da articulação política do governo federal ao vice-presidente Michel Temer, o presidente do partido. Essa movimentação pode chegar às portas do Palácio Anchieta.
 
Temer vai conversar com a base no Congresso, com prioridade para os parlamentares do partido. Mas sua missão não termina aí. Ele também vai conversar com os  governadores e aí a prioridade é a mesma, primeiro os governadores do PMDB e depois os da base. 
 
Paulo Hartung foi eleito pelo PMDB partido que integra desde 2005, logo está no topo da lista de Temer. O problema é que Hartung fez campanha para Aécio Neves (PSDB), tem como vice-governador o tucano César Colnago e sempre teve uma postura de afastamento do governo PT, seja no oito anos de Lula, seja no governo Dilma.
 
Depois de criticar o governo durante a campanha, Hartung chegou a dizer que a reeleição de Dilma foi um retrocesso. Com o início do governo e a necessidade de atrair investimentos, o governador correu o pires nos ministérios, mas com a efervescência dos protestos anti-Dilma, Hartung se afastou completamente do PT, até incentivou seus interlocutores a convidarem para os protestos do último dia 15 de março. 
 
O governador fica, neste sentido, diante de um dilema. Para o Espírito Santo a articulação de Temer no campo político é positiva, pois pode facilitar a busca por recursos. Ficaria mais fácil abrir as portas do governo federal. Mas para isso, será preciso dar uma contrapartida, o que significa a aproximação política do governador Paulo Hartung com o PT de Dilma. 
 
Há que se destacar que o fato de abrigar um aliado ou outro no governo não garante esse apoio que Temer está buscando. Hartung teria de assumir uma postura de defesa do governo federal, coisa que ele nunca fez, muito pelo contrário. 
 
A conjuntura nacional coloca, portanto, o governador diante de uma escolha: ou favorece o Estado, fortalecendo a aliança do PMDB com o PT e corre o risco de comprometer sua imagem diante da defesa do partido que está desgastado com a população, ou vira as costas de vez para o governo Dilma e se afasta em definitivo do cofre do governo federal.
 
Fragmentos:
 
1 – Leitor faz uma avaliação diferente da coluna dessa terça-feira. Ele chama a atenção para o fato de o PSDB ocupar apenas a presidência do Bandes, com Luiz Paulo Vellozo Lucas. Guerino Balestrassi (Ciência e Tecnologia)  não é propriamente um tucano, mas um quadro de Hartung no PSDB, assim como Paulo Ruy Carnelli e Anselmo Tozi.
 
2 – Já o PT ainda matém quadros nas secretarias de Assistência Social e Turinsmo, que ocupou no governo passado e ainda agregou Desenvolvimento Urbano, Aderes e Iases. 
 
3 – Os deputados linharenses, Guerino Zanon (PMDB) e Eliana Dadalto (PTC) se afinaram nos discursos nesta quarta-feira (8) na Assembleia Legislativa. Resta saber se em 2016, os dois estarão tão afinados assim lá em Linhares. 

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