Evidentemente que o movimento sindical existe para fazer mobilizações e cobrar a recomposição dos salários quando necessário. Mas o movimento sindical hoje é muito mais que isso. Tem hoje um papel político muito forte no país, afinal quem comanda o governo federal é o Partido dos Trabalhadores, uma cria do movimento sindical.
Daí o erro de estratégia. Em um momento de profunda instabilidade política no País, em que a oposição aponta para a iniciativa promover um impeachment na presidente Dilma Rousseff, o movimento ajuda a colocar lenha na fogueira com um movimento grevista no serviço público federal, por melhoria salarial.
O movimento deveria voltar seu olhar para a questão política, na busca de estabilidade lutar para que os demais setores não tivessem aumento, para a diminuição do lucro na iniciativa privada e a garantia do emprego para evitar que o empresariado sobressaia ao interesse do trabalhador.
O PT está a 13 anos no governo. Neste período houve tempo de sobra para cobrar do partido as reformas trabalhistas e sociais que toda a sociedade esperava que o partido fizesse ao chegar ao Poder. Houve nesse período, porém, uma série de problemas para a governabilidade do partido, assim como a dormência do movimento neste período.
Agora não é a hora. Corre o risco de contribuir para que tudo que foi construído até aqui se perca pela sede de poder da oposição. Neste sentido, é preciso que o movimento recue, dê um passo atrás e se una na manutenção do governo dos Trabalhadores. Passada a turbulência, ai sim, é hora de se reorganizar e cobrar as reformas prometidas.
Cobrar também do Congresso Nacional o cumprimento dos projetos que se afinam com a plataforma CUT da classe trabalhadora. Mas se os trabalhadores virarem as costas para as conquistas garantidas pelo governo petista, colocam em risco o que poderia vir e o que já veio.
É hora de acertar a estratégia e seguir em frente.
É tempo de unir e não de dividir!