Nesse domingo (5), o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), em entrevista à Record News do Espírito Santo, que está, inclusive, disponível em seu blog, falou sobre eleição 2014, ou melhor, saiu pela tangente sobre o assunto, como lhe é peculiar. Assim como governador Renato Casagrande, Hartung disse que só fala no assunto em maio ou junho, período das convenções partidárias e, como bem lembrou o ex-governador, da Copa do Mundo.
Mas o que chamou a atenção na entrevista do peemedebista são os fatores que ele coloca como influentes no processo eleitoral deste ano. Um deles é a crise internacional da economia e os problemas causados pela crise do café no Estado. Problema que se agravou com as chuvas do final de dezembro.
A discussão sobre a crise internacional é interessante no sentido em que foi durante o governo Paulo Hartung que mais se falou na internacionalização da economia capixaba. Seu governo não poupou esforços para atrair plantas industriais de transnacionais, contrariando, inclusive, o interesse das populações tradicionais.
Evidentemente que esse desenvolvimento internacionalizado não começou com Hartung, começou na década de 1970. Mas no governo passado, o Espírito Santo viveu o chamado terceiro ciclo de sua economia. O governo ofereceu incentivos para as empresas interessadas em se instalar no Estado.
Além de esta política de incentivos não atrair impostos, como ISS, que garantiu recolhimento para os municípios, ficou concentrada na Grande Vitória e um ou outro município do interior. Hartung falou ainda que a crise do café só estourou agora, mas já vinha sendo anunciada há muito tempo. Também em seu governo os municípios dependentes da monocultura não tiveram incentivo para diversificar a economia local.
Mas o discurso, embora fragilizado, pode funcionar. O ex-governador inicia a fala dizendo que vem estudando, fazendo palestras se especializando na área econômica. Cria uma imagem que transforma o discurso em inquestionável.
Fragmentos
1 – O que é pior: falar do desastre da chuva depois que a chuva parou ou ficar de papagaio de pirata para aparecer na foto na hora incidente? Esta é a grande dúvida dos deputados estaduais neste momento.
2 – É que a questão não é essa. Não importa quando os deputados falem no assunto. O desgaste político dos parlamentares faz com que qualquer medida que tomem pareça antipática e oportunista.
3 – Na lista das apostas dos partidos nos Estados, chama atenção o fato de o presidente do PMDB, Lelo Coimbra, ter ficado de fora, assim como o tucano César Colnago. No PT, a deputada federal Iriny Lopes também não recebeu uma bolada do partido.