Muita coisa que ronda nas redes sociais não deve ser considerada e muitas vezes algumas previsões de fontes confiáveis não se confirmam. Mas, o que vem se criando na classe política, é um receio de que as intempéries dos últimos dias no Estado se transformem em grandes enchentes, como as de 2013.
Para os prefeitos reeleitos, chegar ao segundo mandato já é complicado, porque naturalmente existe uma saturação que leva a um desgaste político. Chegar ao segundo mandato com cidades com problemas emergenciais, é ainda mais complicado. Junta-se a isso a falta de recursos e a indisposição dos governos do Estado e federal de ajudar os municípios.
Os prefeitos eleitos, que tomam posse em janeiro próximo, esperam que a chuva termine com o ano que se acaba. Chegar a uma gestão cheia de problemas pode frustrar as expectativas tanto dos novos prefeitos quanto da população pelo novo gestor.
Além disso, não há motivo para que os prefeitos de saída do cargo resolvam os problemas para seus sucessores, em muitos casos eleitos em palanques adversários. Outro grande problema é a falta de preparo técnico na maioria das prefeituras para tentar buscar recursos, por meio de projetos, nas instituições que têm recursos para liberar.
E o temor de quem está passando por essa situação tem uma explicação na história política recente do Estado. Em dezembro de 2013, ignorando conselhos de seus aliados políticos, o prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), deixou a gestão, sem passar o cargo ao vice, Rafael Favatto (PEN), e decidiu que passaria uns dias em Nova Iorque.
A cidade sofreu uma das maiores enchentes de sua história e quando a água finalmente desceu, dias após a chuva, levou com ela a popularidade do prefeito. Foram três anos tentando recuperar o prestígio político que o elegeu em 2012, como “candidato do Hartung”, mas os esforços não surtiram efeito e o prefeito não conseguiu sequer ir para o segundo turno.
Diante da experiência desastrosa do prefeito de Vila Velha, os demais gestores municipais, acompanham a chuva com cautela e não se furtam de adotar o colete laranja da Defesa Civil para correr os municípios e tentar ajudar os moradores em dificuldade.
Fragmentos:
1 – Diante das chuvas que atingem o Estado, sobretudo a região sul, e acarretaram problemas em diversos municípios, a sessão especial com os vereadores marcada para a manhã desta sexta-feira (16) foi adiada para 2017. A diplomação de muitos prefeitos nesta sexta-feira foi outro motivo para o adiamento.
2 – Casa cheia no último encontro semanal do ano entre o prefeito eleito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), e lideranças da cidade, que aconteceu na noite desta quinta feira (15). As reuniões retornam no dia dois de janeiro.
3 – Lideranças comunitárias que compõem as três chapas que disputou a eleição da Federação das Associações de Moradores da Serra (Fams), em abril passado, se reuniram nessa quarta-feira (14) para tentar um acordo. Não houve consenso e o caso segue na Justiça ainda sem prazo para a definição.
