Fábrica de destruir
Fazer guerra, matar e destruir tudo ao nosso redor são uma das mais peculiares características de nossa espécie. Cobrir as guerras tem rendido muito trabalho a fotógrafos e jornalistas, e a fotografia tem sido usada para mostrar ao público do que a humanidade é capaz quando está armada.
Robert Capa talvez tenha sido um dos mais badalados fotógrafos de guerra, porém a atividade é ainda mais antiga. O fotógrafo inglês Roger Fenton iniciou a profissão no ano de 1855, ao cobrir a Guerra da Crimeia como fotógrafo da rainha Vitória, em uma época em que carregar um canhão era mais fácil do que carregar o equipamento fotográfico. Fenton contraiu cólera e quebrou uma costela durante suas atividades, produzindo 350 imagens dos campos de batalha.
A guerra da Crimeia ficou conhecida como a primeira guerra, por introduzir o uso de tecnologias como o telégrafo e infraestrutura como ferrovias para uso militar. Também ficou conhecida como uma das mais sangrentas. Nas fotos de Fenton, por exigência da aristocracia britânica, as imagens documentam o cotidiano dos soldados fora de combate, posando para a câmera e deixando a violência de fora.
O contra-ponto de Fenton nessa guerra foi o fotógrafo do The Times, o irlandês William Russell, que trabalhou durante 22 meses consecutivos na Guerra da Crimeia, fotografando e escrevendo artigos com uma visão crítica, mostrando os horrores da guerra. Influenciada por seu trabalho, Florence Nightingale foi para a linha de frente cuidar dos soldados feridos, e sua atitude heroica deu início à enfermagem moderna.
A imagem da semana é A Guerra da Crimeia, de 1855, do fotógrafo inglês Roger Fenton.
Glauco Frizzera é fotógrafo, com mestrado em Fotografia pela Barry University. Mestrando em Business and Administration, é vencedor do prestigiado prêmio Photoshop Guru Award. Visite o site www.glaucofrizzera.com. Para entrar em contato com a coluna, envie email para:
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