Uma série de medidas tem sido discutida no Congresso Nacional de mudanças no sistema político e que deve alterar o jogo eleitoral de 2014. Mas essa discussão, criada sob pretexto de tentar dar uma resposta às demandas das ruas, em nada colabora para a evolução do sistema eleitoral brasileiro.
Parece mais uma colcha de retalhos que confunde o eleitor, passando uma impressão de que os parlamentares estão se movimentando no sentido de mexer na questão, mas que na verdade acaba criando uma cortina de fumaça para que os senhores congressistas mantenham seus privilégios.
Mais úteis parecem ser as audiências públicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A segunda será na próxima sexta-feira (8) e vai discutir as instruções das eleições 2014. O objetivo é coletar de partidos políticos, entidades da sociedade civil, advogados e interessados propostas para a elaboração das resoluções do Tribunal acerca das regras do pleito do ano que vem.
Um debate amplo que discutirá com a sociedade e os partidos como serão as regras do processo eleitoral. No Congresso, essa discussão fica restrita a quem interessa. Não parece ser diferente do que acontece no Espírito Santo.
O fortalecimento das políticas de grupo e os interesses pessoais e de classe acabam enfraquecendo os partidos. Aliás, os interesses acabam criando partidos, apenas para viabilizar palanques. Uma situação que coloca em questionamento o sistema democrático brasileiro.
A cada eleição as minirreformas se tornam mais e mais frequentes, e cada vez caem mais em descrédito. Embora os membros da sociedade civil organizada comemorem tanto a “Ficha Limpa”, ela não se mostrou eficiente na eleição passada, já que os “barrados no baile” conseguiram entrar pela janela com ações nas instâncias superiores.
Apenas uma reforma profunda, com debate amplo e fora do período pré-eleitoral, pode trazer alguma confiança de que algo vai mudar no jogo eleitoral, que continua sendo restrito a um seleto grupo.