A pretensão do prefeito da Serra, Audifax Barcelos, em trocar de partido, o que significa deixar o PSB do ex-governador Renato Casagrande, pode lhe custar muito caro. Pois é uma estratégia pautada para evitar que o governador Paulo Hartung (PMDB) assuma a candidatura do seu adversário, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), à Prefeitura da Serra no próximo ano. Além de ameaçá-lo a uma derrota sem volta, reduz as possibilidades futuras do PSB e facilita para Hartung na organização da sua reeleição em 2018.
Forte
O atual partido de Audifax é o principal opositor a Paulo Hartung e tem nele o segundo quadro mais importante. Abaixo, apenas, de Casagrande.
Risco
Bandeando-se para o lado de PH, o prefeito estará não só jogando com seu futuro político, mas reduzindo seu tamanho, que vai muito além da Serra, onde ele anda querendo situar-se como uma liderança municipal.
Oposição
Audifax deveria fazer da sua disputa na Serra uma prévia para as eleições ao governo do Estado. Armando o palanque oposicionista ao governo de PH com vista às eleições de 2018.
Fora
A vitória do prefeito na Serra, num palanque nessas condições, atrairia parceiros e fortaleceria o PSB. A sua vitória o tornaria um candidato natural ao governo em 2022, dando-lhe um crescimento no PSB para transformá-lo numa liderança estadual de bom tamanho. Fora do PSB, não há futuro para ele.
Muda
A permanência de Audifax no PSB muda o quadro estadual. Ele sai do jogo de PH, que o quer fora do partido para completar a estratégia de sua reeleição. A favor do qual já se apossou do PSDB, do PT, do PR do senador Magno Malta, e do PMDB, logicamente. Anda à cata de outros de menor porte, como o PSD, entregue ao ex-deputado federal Zé Carlinhos da Fonseca.
Mais
Tem ainda o PP, do deputado federal Marcus Vicente, mas talvez seja este de difícil conquista. Marcus não vai à missa de PH e PH não vai à sua ladainha. E ainda há o PPS do prefeito de Vitória, Luciano Rezende, uma incógnita e tanto. Ninguém é capaz de assegurar com quem Luciano ficará: PH ou Casagrande. Mas o PPS tem também o prefeito de Cariacica, o Juninho.
E Casagrande?
Não há melhor companhia política para ele do que Audifax. Diria alguém que há ainda o deputado federal Paulo Foletto. Mas Foletto tem relação de dependência com Casagrande. Diferente do Audifax, que tem tamanho próprio e pode servir muito bem de alternativa a Casagrande caso ele não se viabilize ao governo. O PSB com Audifax coadjuvante de Casagrande é uma coisa, já com Foletto é outra. E Audifax, sem o PSB, é comida de lobo.
PENSAMENTO:
“Um grafite representa a voz hostil e vingadora dos oprimidos”. Camille Paglia