O ano que acaba de nascer é repleto de movimentos. Será um ano curto, do ponto de vista da produtividade, mas politicamente será intenso. A Copa do Mundo vai agitar esse primeiro semestre, evidentemente, e não vai faltar animação e protesto.
Não foi por acaso que as manifestações de 2013 aconteceram em junho e julho, a ideia era justamente que o mundo visse o que estava acontecendo no Brasil, por isso, nada melhor que usar as vitrines da Copa das Confederações para chamar a atenção da mídia internacional.
Este ano, alguma coisa me diz que no período da Copa isso pode acontecer novamente, já que os olhos do mundo estarão no Brasil. Com tanta desigualdade, os gastos com a Copa, que na verdade não seriam suficientes para atender às demandas sociais, mas causam indignação, a tendência é de que haja muita revolta.
Se acontecer vai afetar diretamente o processo eleitoral. Basta ver o período de recuperação das lideranças políticas no pós-protestos deste ano. Tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o governador Renato Casagrande levaram quatro meses para recompor os cerca de 20 pontos que perderam na avaliação de suas gestões. Como a eleição é em outubro, isso pode comprometer o desempenho de quem disputa a reeleição.
Outra expectativa que se cria para o próximo ano é sobre o comparecimento às urnas. Os especialistas esperam um índice de votos nulos e brancos e de abstenções muito grande. Isso porque, apesar de tanto protesto, a classe política tem os mesmo nomes da velha política a oferecer ao eleitor e isso pode causar muita frustração.
No caso do Espírito Santo, especificamente, a possibilidade de reunião da unanimidade com o governador Casagrande e o antecessor Paulo Hartung dividindo o palanque pode frustrar ainda mais o eleitor, que há mais de uma década espera para ver uma disputa eleitoral de verdade no Estado. Pelo jeito não será desta vez ainda.
No mais, o Espírito Santo deve agora se concentrar na recuperação dos municípios devastados pelas chuvas. A palavra reconstrução ganha neste processo eleitoral um sentido literal e que sim vai precisar da união de todos. Mas veja bem, da união de todos, e não da unanimidade política.
Fragmentos:
1 – No campo nacional, o cenário eleitoral parece definido com Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos. No Estado, o único nome confirmado é o do governador Renato Casagrande.
2 – Se a unanimidade se repetir mesmo no Estado sobram duas incógnitas: se o senador Magno Malta (PR) vai disputar o governo; o ex-prefeito João Coser vai conseguir manter o PT no grupo do governador ou será obrigado a disputar o governo também?
3 – Mas a situação mais crítica parece ser a do PSDB. Como o partido vai fazer para erguer um palanque para Aécio Neves no Espírito Santo?