Os trabalhadores precisam ficar focados porque a ferramenta que liga os sindicatos ao empresariado é o imposto sindical. Por isso mesmo ninguém fala nada sobre o assunto. Até porque o empresariado ganha muito com isso, as federações e os sindicatos patronais também recebem.
O que se precisa fazer é não esperar que os sindicatos tomem uma atitude. É preciso acabar com o imposto sindical já e buscar os parceiros para a manutenção das entidades. É por causa do imposto que os dirigentes se corromperam e se estabeleceu essa briga pelo poder.
Quando os dirigentes sindicais e fazem a campanha de filiação ao sindicato, ele estabelece uma relação direta com o trabalhador e é cobrado para isso. O imposto sindical impede isso, porque afasta o sindicato da busca dos parceiros e, consequentemente, da luta pelas garantias sindicais.
Só o termino do imposto faria com que os dirigentes sindicais saíssem da inércia atual. Isso porque, o que se observa é uma ausência dos sindicatos em momentos decisivos para a história recente do País. A participação popular, mobilizada, ficou a cargo dos idosos e do movimento estudantil.
Lembrando que o fim do imposto faz parte da plataforma da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mas uma vez tendo o Partido dos Trabalhadores chegado ao Poder, o que se viu foi uma acomodação total do movimento sindical, esperando que as mudanças viessem de cima para baixo, quando isso deve acontecer de forma contrária.
O movimento não poderia em nenhum momento ter se acomodado. Não é porque o governo era dos trabalhadores, que os trabalhadores deveriam sair das ruas. Era preciso mobilização ainda maior para pressionar as mudanças necessárias.
Agora, com o golpe, fica muito difícil retomar essa luta. A única saída é uma autocrítica, um retorno às origens do movimento e retomar a luta do zero. Mas isso precisa ser feito fora da zona de conforto, sem o recurso do imposto para garantir o empenho das lideranças na rua, na formação política e na pressão popular.
Fim do imposto, já!