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Fim do imposto

O imposto sindical foi criado no governo Getúlio Vargas para controlar o movimento. Os sindicatos em situação precária passaram a receber a verba, que equivale a 60% a um dia de trabalho/ano de cada trabalhador, mas precisamente o dia 31 de março. Com isso, o governo conseguiu ter os sindicatos na mão, evitando o sindicalismo combativo e de quebra arrecadando 40% do dinheiro para a estrutura do Ministério do Trabalho.

Na década de 1970, no trabalho de criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), surgiu a revolta contra o imposto que aprisionava os sindicatos e a categoria. A Central foi criada, os sindicatos foram fortalecidos, o movimento cresceu, criou-se o Partido dos Trabalhadores, mas a briga pelo fim do imposto foi esquecida. A exceção é o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista, que anualmente entra na Justiça para evitar o desconto.

Hoje é muito cômoda a situação dos dirigentes, além da mensalidade, que recolhem de quem quer e a taxa confederativa, ainda se aproveitam do imposto para transformar a situação de sindicalista em profissão. Essa boa vida acabou criando uma distorção que interfere no processo democrático dentro do sindicato.

Para se manter no poder e desfrutar desse benefício, muitos sindicatos mudaram seus estatutos eleitorais, acabando com o quorum eleitoral e minando as oposições. Uma eleição de sócios, em que ganham quem está à frente do sindicato e o patrão, que trabalham em conchavo com esses sindicalistas. Tudo com vista grossa da Central. Quem perde, evidentemente, é o trabalhador e consequentemente toda a sociedade.

Diante dessas distorções o trabalhador não pode ficar de braços cruzados. Tem de participar do processo eleitoral, quem paga o imposto sindical deve saber muito bem quem vai escolher para gerir esse recurso, que no final das contas é do trabalhador e não do sindicato. Quem tem de votar não é só o filiado e sim todos que pagam o imposto.

Quanto à Central deve lutar pelo fim do imposto, retomar sua bandeira de origem e tirar os sindicatos dessa mordomia, que na verdade só prejudica a classe trabalhadora.

Mas essa luta não deve ser encampada só pela central ou só pelos trabalhadores. O Judiciário que gosta de dar palpite em tudo, poderia abrir a eleição para todos, evitando assim as aberrações eleitorais que vemos por aí afora.

Fim do imposto, já!

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