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Golpe certeiro

A matéria de Século Diário desta semana assinada por Nerter Samora revelando a trama que tirou o ex-prefeito e ex-deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) da disputa à prefeitura de Vitória, onde era o favorito segundo as pesquisas iniciais, revela um golpe, termo já bem amaldiçoado, mas bastante real para empregar nesse caso. 
Prefeito de Vitória duas vezes, com ótimos resultados, somado ao seu preparo para avalizar mais um novo período de êxito à frente da Capital, o tucano foi obrigado a deixar a disputa e ainda sair calado, para não ter sua honra enxovalhada.  
Nesse período político que se dá ainda sob a égide do governador Paulo Hartung (PMDB), é sinal até de um refinamento nas fórmulas de destruição e seletividade, com preferência pelos que portam condições de chegar ao topo do poder. Bem exemplificado, neste momento, com cassação da candidatura do Luiz Paulo.
No painel de futuro em que Hartung trabalha a eliminação do ex-governador Renato Casagrande (PSB), a retirada do Luiz Paulo tem efeito exatamente mais na frente. Para 2022, quando se encerra o confronto PH versus Casagrande. 
Prefeito de Vitória, Luiz Paulo estaria com certeza no cenário, revigorado para disputar sem a tutela de PH. Nas mesmas condições, o deputado federal e ex-prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB) que, como Luiz Paulo, jamais seria continuidade do governador. 
Mas, para Hartung levar a bom termo essa passagem de nível na política capixaba, é necessária a degola de Casagrande, já encaminhada na Assembleia Legislativa, com alta probabilidade de êxito. Pois conta com a contribuição de um dos políticos mais sagazes a ocupar a presidência da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), e que sempre esteve em todos os rolos políticos a partir dos anos 60, ainda no governo Francisco Lacerda de Aguiar – Chiquinho.                    
Com Theodorico, sempre tem jogo. Até porque, suas aspirações não passam de controles políticos regionais. No passado, era o controle político de Cachoeiro de Itapemirim, mas quando o município deixou de ser o coração político do sul, pulou para Itapemirim, empunhando a mulher (Norma Ayub) para garanti-lo no controle de um dos municípios mais ricos do Estado.  
Deixemos Theodorico dentro dos seus limites, para dar uma olhada com mais profundidade no que vem depois do PH versus Casagrande. 
Está realmente na cara, que se fosse eleito prefeito de Vitória, Luiz Paulo entraria de imediato para o andar de cima da política capixaba, podendo ser herdeiro de Casagrande no novo ciclo que virá a partir de 2022.
Olhando para as ligações de Casagrande, hoje, é fácil enxergar o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS). Mas quem assegura que ele ganha as eleições? Renato fica por aí. Teria o Audifax Barcelos (Rede), mas no vocabulário do Audifax, não existe as palavras lealdade política.   
Pelo lado de PH, eliminar o Max Filho, depois de Luiz Paulo, faz sentido. Ainda mais se ele realmente resolver disputar o Senado, como ameaça, entregando o governo ao seu vice César Colnago (PSDB), velho e ativo parceiro no aparelho repressor político montado no Espírito Santo, comprovado, mais uma vez agora, com a degola do Luiz Paulo. 
Dirigida, aliás, pelo próprio Colnago, interessado naturalmente em limpar o campo a seu favor como candidato coringa. Tanto para ser empregado já agora, no caso de PH disputar o Senado, como mais na frente, quando PH e Casagrande deixarem de ser fórmulas de governo.         .             

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