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Haja compaixão

Um distraído usuário da Internet, embora estudante de faculdade, pensou que o aC-dC  divisor de águas da nossas história cristã queria dizer antes e depois do Computador.  Talvez ele não esteja muito errado, mas apenas antevendo o futuro. No próximo milênio, pode ser que a história da humanidade se dividida dessa maneira: aI-dI – antes e depois da Internet, ou aF – dF, antes e depois do Facebook, ou ainda, aA-dA,  antes e depois da Apple.
 
Outra desavisada usuária se espanta porque os sites americanos terminam em ponto com, ponto edu, ponto org, e tantos outros pontos já inventados e ainda por inventar, quanto no resto do mundo a sigla do país vem a seguir, como o com ponto br.  Pois é, eles não precisam se identificar, inventaram o brinquedo. O Senhor dos Pontos seria um bom título para o romance da era digital.
 
Com a conivência do ponto com, convivemos em constante conexão, não importa com quem. Conforme combinado, convoco os convivas a combater a contaminação da conspiração computadorizada. Combina conosco. Se há um comigo, o oposto deveria ser sem migo;  contigo e sem tigo; convosco e sem vosco. Que no contexto das comunicações comunitárias estamos todos envolvidos, mesmo quando não conectados.
 
Cansada de solidão, Condoleza comprou um computador,  convencida por amigas comuns – todas acharam companheiros nas redes sociais. Do que se conclui, boa é a rede se a conexão é confiável. Ainda  não sabemos se tais casamentos darão certo, mas também não vemos melhores resultados nas uniões iniciadas nas formas obsoletas – amigos de infância, de escola, de trabalho, da família.
 
A complexa comunicação virtual sofre confluências controladoras – Intranet, Internet, Extranet– consentidas por nossas compatibilidades. O que nos conduz à convocatória para controle das consciências combativas; com Freud ou sem Freud  não convém condescender. Com paixão ou sem caixão, congênere ou com gênero, já não sabemos com quem nos conectamos.
 
Concluo que é compulsório contemporizar para bem conviver, sempre ponto com amor e paciência, nesse contrato de  convivência constante, com ou sem compromisso. O que começa nem sempre termina, o que se junta nem sempre combina. Haja compaixão! Considerem-se convocados para nossa próxima conversa.
 
 
 
 
 
 

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