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No Espírito Santo, há dias não se fala em outro assunto a não ser da onda de lama das barragens rompidas da Samarco Mineração em Mariana (MG). E não poderia ser diferente, considerando o tamanho da tragédia humana e ambiental que bate à porta dos capixabas. Aí, o governador do Estado, Paulo Hartung (PMDB), resolve dar uma saidinha nesta quarta-feira (11) para levantar sua moral no Rio Grande do Sul, em palestra para secretários de José Ivo Sartori (PMDB-RS). O site do governo de lá diz que os temas são o modelo de gestão adotado no Estado e os desafios do terceiro mandato. E, olha só, tem papo também com empresários, para apresentar o projeto Espírito Santo em Ação e o Plano de Desenvolvimento ES 2030. A ausência do governador a esta altura, para um assunto que só serve de autopromoção, convenhamos, não se justifica – só se fosse para Minas Gerais. Segundo, não é sintomático? Enquanto o país se volta contra o crime cometido pela Samarco e Vale (acionista), Hartung se concentra em vender como fórmula de sucesso exatamente o projeto que advoga pelos interesses do empresariado e da elite, e que vem a integrar todo o sistema de favorecimentos às poluidoras no Estado. A lista da ES em Ação é extensa: Samarco, Vale, Fibria (Aracruz Celulose), Suzano, Manabi, ArcelorMittal…a propósito, até agora, Hartung – não seus “emissários” – já citou o nome da Samarco depois da tragédia?
 
 
Picuinha política
O município de Baixo Guandu (noroeste do Estado), comandado pelo prefeito comunista Neto Barros, será o primeiro a receber a onda de lama das barragens, mas lá Hartung não deve pisar. Foi fazer cena em Colatina, onde tem como aliado o prefeito Leonardo Deptulski (PT).
 
Picuinha política II
Em Linhares, administrado por Nozinho Correa (PP), pouco provável que o governador apareça também. Entre as desavenças políticas e o povo, Hartung costuma priorizar as desavenças.
 
Ironias da tragédia
A Aracruz Celulose soltou uma nota nessa terça-feira (10), informando que está de olho, quem diria, com a qualidade da água do rio Doce, que ela usa e abusa nos seus processos industriais em Aracruz. A preocupação tem sentido. A parceira Cenibra, que tem operações em Minas, foi obrigada a suspender as atividades, por tempo indeterminado, em função da onda de lama que “afoga” o manancial.
 
Ironias da tragédia II
A empresa, porém, se apressou para acalmar os investidores. A produção de 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano da Aracruz não está ameaçada. A Aracruz tem um estoque de água, garantiu, para manter as operações por três meses. E o governador Paulo Hartung pedindo para a população tomar banho de cinco minutos, hein…
 
Zica
Parece que tem um bode enterrado no Detran-ES. Ninguém para na autarquia. Depois da saída misteriosa de Fabiano Contarato, no final de agosto, assumiu a direção Roger Frizzera, que não teve nem tempo de esquentar a cadeira — ficou menos de três meses no cargo. Há quem diga que o caso dos bafômetros vencidos tenha contribuído para sua saída. Afinal, alguém precisa pagar o pato.
 
Ausente no Estado Presente
Como já disse, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) lança nesta quarta, no Hotel Sheraton, em Vitória, o livro “Estado Presente – Em Defesa da Vida – Um Novo Modelo para a Segurança Pública”. A publicação, bancada pela Fundação João Mangabeira, consolida aquele que foi o principal programa na área de Segurança do governo socialista. Ausente na publicação, o ex-secretário (e atual) de Segurança André Garcia não teria simpatizado com o conteúdo do livro. Por que será?
 
Sorte?
Sabe quem é um dos beneficiários do Invest-ES? O empresário José Antônio Guidoni, segundo suplente do senador Ricardo Ferraço (PMDB). Foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (11) um novo benefício à sua empresa, Guidoni Ornamental Rocks.
 
Sexta, 13
Servidores do Judiciário capixaba fazem uma assembleia extraordinária nesta sexta (13) para traçar novas estratégias de luta e de mobilização da categoria, em greve há mais de 35 dias.
 
Nas redes
“A lama que desce pelo Rio Doce é a parte visível de um lamaçal que inunda, corrói, destrói e mata a nação, que pode ter vários nomes: ineficiência e leniência dos poderes e instituições, promiscuidade entre o público e o privado, ou apenas corrupção!!” (Deputado estadual Sérgio Majeski  – PSDB – no Facebook)
 
PENSAMENTO:
“Não se pode escrever nada com indiferença”. Simone de Beauvoir

 

 
(Colaborou José Rabelo)

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