Domingo, 28 Abril 2024

IA no Oriente ensanguentado

A intensificação do embate entre Hamas e Israel, um dos conflitos mais antigos e brutais do mundo atual, ganha uma nova dimensão com a crescente influência da tecnologia. A Inteligência Artificial (IA) emerge como uma poderosa arma nesse cenário, sendo utilizada de maneiras variadas e impactantes.

De início, a IA se destaca na análise de dados provenientes de sensores como radares e câmeras, proporcionando a identificação de padrões e ameaças que frequentemente passam despercebidas aos olhos humanos. Além disso, sua capacidade de reconhecer padrões em imagens e vídeos revela-se inestimável na identificação de alvos e no monitoramento dos movimentos das tropas. Por fim, a tomada de decisões estratégicas também se beneficia da IA, contribuindo para seleção de alvos e avaliação dos riscos.

Além da tragédia inerente à guerra, há a incerteza dos perigos acarretados pelo uso da IA. A crescente letalidade é uma preocupação real, pois a IA pode impulsionar o desenvolvimento de armamentos ainda mais devastadores, infligindo danos ainda mais severos à população civil. Além disso, a automação dos ataques está sujeita a uma perigosa escalada do conflito. A complexidade da expansão também levanta a possibilidade de perda de controle, uma vez que resultados imprevisíveis se tornam cada vez mais reais.

Especialistas externam temores em relação ao desenvolvimento de armas autônomas, capazes de identificar e atacar alvos sem intervenção humana. Essa perspectiva evoca o medo de erros críticos e ataques indiscriminados contra civis. Diante dessa realidade, torna-se essencial que os países estabeleçam políticas regulatórias para atenuar os riscos inerentes ao uso da IA em conflitos armados.

De acordo com um relatório do Instituto de Pesquisa sobre Inteligência Artificial da Universidade de Oxford, a IA já é utilizada em confrontos envolvendo 26 países, com uma previsão de aumento de 30% até 2025. Além disso, uma pesquisa da Universidade de Stanford revela que a IA pode elevar em até 35% a letalidade de armamentos convencionais.

O uso da IA no conflito entre Hamas e Israel traz à luz uma tendência alarmante. Se não for administrada adequadamente, a IA pode tornar a guerra mais mortífera e abrangente, ao mesmo tempo em que a incerteza em relação ao controle permanece como uma constante ameaça. Medidas regulatórias são urgentes para conter os riscos decorrentes da integração da IA no campo de batalha.

O emprego da IA na guerra apresenta desafios e consequências de uma magnitude inegável. Torna-se primordial um amplo debate e a implementação de políticas apropriadas para garantir que essa tecnologia seja utilizada de forma responsável e segura. A comunidade internacional deve permanecer vigilante e buscar soluções para reduzir os riscos associados à inserção da IA em conflitos armados.


Flávia Fernandes é jornalista, professora e autêntica "navegadora do conhecimento IA"
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