quinta-feira, janeiro 23, 2025
24.9 C
Vitória
quinta-feira, janeiro 23, 2025
quinta-feira, janeiro 23, 2025

Leia Também:

Ilusões

Campanha eleitoral é tempo de vender ilusões. Mas será que essa ideia de que se Aécio Neves vencer vai recolocar o Espírito Santo no mapa ou se Dilma Rousseff se reeleger vai dar mais atenção ao Estado convence o eleitor ainda? 
 
Não vão. Nem Aécio, nem Dilma vão fazer parar o chororô da classe política capixaba, o complexo de inferioridade do Estado vai seguir firme e forte. Até porque as questões que são colocadas à mesa não são problema do governo federal. Partem da ganância da representação capixaba, a perniciosa relação com a classe empresarial e uma dose de falta de jogo de cintura. 
 
Não adianta chegar ao governo federal com o pires na mão, dizendo que o Estado não tem atenção, que há uma dívida com o Estado, porque os números, ainda que sejam artificiais, mostram uma realidade que não condiz com o discurso. O PIB alto, o invejável parque industrial, o crescimento econômico, muitas vezes supera do País. 
 
Os números são artificiais porque na verdade o recolhimento dessas empresas não é no Espírito Santo e sim nos Estados onde ficam as sedes, mas até explicar essa distorção… 
 
O problema do Espírito Santo é que a classe política se comporta de forma provinciana e quer ser reconhecido como estado. Independentemente de quem vença a disputa presidencial, o isolamento do Estado vai permanecer. No Congresso o Estado está isolado. 
 
Diferentemente do Nordeste, que age em bloco e consegue equilibrar a disputa com as demais regiões do Brasil, o Sudeste não precisa disso. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais têm as maiores bancadas e não há interesse de agir em bloco, muito menos adotar o “irmão menor”. 
 
A questão é de postura. Negociar com a classe política a exploração das rodovias, ignorar o rombo no orçamento da obra do Aeroporto também não vai resolver. Falta liderança e alguém de dentro da bancada assumir uma postura mais agressiva, conseguir visibilidade e tirar o Estado do “baixo clero”. 
 
Se Aécio vencer a disputa, Paulo Hartung não vai poder criticar o presidente porque é seu parceiro. Se Dilma ganhar, Hartung vai continuar jogando na conta do governo federal as falhas da movimentação das lideranças capixabas. Sendo um ou sendo outro, não é amizade ou a inimizade que vai mudar a relação do Espírito Santo com o governo central.
 
Fragmentos:
 
1 – Entre os senadores, Ricardo Ferraço (PMDB) poderia ter este perfil de liderança de destaque, mas escolheu outro caminho. Desde Renato Casagrande (PSB), a influência do Estado diminuiu no Congresso.
 
2 – Magno Malta até tinha espaço no governo federal, mas agora fechou seu espaço. De qualquer forma está mais preocupado com questões menos regionais.
 
3 – O perfil de Rose de Freitas (PMDB) que chega à Casa em 2015 é muito específico, sua forma de atuação é buscar recursos para municípios de seus prefeitos aliados e não deve mudar no Senado.

Mais Lidas