O governador Paulo Hartung (PMDB) pode ter de se submeter a um teste de fogo nesta segunda-feira (7), durante as comemorações do Dia da Independência. É que os servidores do Estado estão programando o “grito dos servidores excluídos” para o dia. Isso colocaria o governador em uma saia justa muito grande em um evento público.
Hartung levou a Parada de 7 de Setembro para a avenida Expedito Garcia, em Campo Grande, para badalar seu prefeito aliado, Geraldo Luzia, o Juninho (PPS), e não precisar dividir o palanque com o desafeto recente, Luciano Rezende, também do PPS. Só não contava com o inconveniente de ter de enfrentar os servidores públicos fazendo protesto.
E para piorar, o governo do Estado tem dado uma forçada para atrair o público para o evento em Cariacica. Criou-se, assim, uma expectativa de que o governador esteja presente. Se o vice César Colnago (PSDB) aparecer para representá-lo, vai ficar ainda mais feio.
A situação já não está boa porque o governador vai se afastar do cargo entre os dias 13 e 20 deste mês para tratar de assunto particular, justamente no período em que estão previstos os apagões do serviço público. Coincidência ou não, isso serviu de prato cheio para a crítica do funcionalismo.
Hartung pode ter que começar a lidar com uma situação bem desconfortável. A cobrança dos servidores públicos, greves e paralisação dos serviços à população é uma situação que coloca contra a parede qualquer gestor. Se o servidor não encontrar uma forma de diálogo e resposta para as demandas, vai deixar de atender à população, e aí a população vai começar a cobrar do governo.
E não vai adiantar vir com essa de cofre vazio, crise nacional e etc. O governador vai ter de negociar com seu quadro de servidores e cumprir compromissos. Ou vai começar a se complicar em seu terceiro mandato.