Assim como o governador Paulo Hartung (PMDB), que faz de conta que não precisa se posicionar sobre as movimentações em Brasília, fazendo ainda segredo sobre aquele almoço secreto com Michel Temer, em dezembro do ano passado, algumas figuras do PT capixaba continuam fingindo que nada está acontecendo.
O ex-prefeito de Vitória, João Coser, continua à frente da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento, o deputado estadual José Carlos Nunes continua mantendo seus cargos no governo, e parte das lideranças da Executiva continua fazendo de conta que está tudo certo.
Da mesma forma, algumas lideranças do PMDB continuam mantendo seus cargos federais no Espírito Santo. A bancada capixaba gosta de pegar carona nos assuntos polêmicos para ficar em boa conta com o conservador eleitorado capixaba, mas entregar cargo, que é bom, nada. Assim fica fácil, não é?
O PT jogou para a mão da Nacional a decisão e os históricos não confiam na decisão da estadual, que está de joelho para o fisiologismo do grupo majoritário. Esse grupo também não acha ruim a estratégia, já que diante de tanta coisa acontecendo em nível nacional, a situação do Espírito Santo pode ficar em segundo plano.
Só que o cenário de incerteza fica diferente com a posse de Michel Temer (PMDB). O sucesso ou fracasso do governo pode respingar em todo mundo, principalmente na bancada capixaba. E aí tudo pode vir a ser cobrado. Quem está em silêncio, quem está falando demais, quem está fingindo que não está entendendo…
Não dá mais para achar que as coisas vão acontecer de forma isolada. O que acontecer no cenário nacional vai repercutir aqui e quem vai para a rua este ano é melhor estar preparado para levar aplausos e vaias, que podem ser na mesma proporção. Agora tudo depende de Temer.