O governador Renato Casagrande vem trabalhando para acomodar os aliados e evitar atritos em sua enorme base. Até o momento, vem mostrando bastante jogo de cintura, apesar de um ou outro berro, geralmente vindo da Assembleia. Depois da eleição, ele começa a conversar com as lideranças sobre outros espaços.
Mudanças no secretariado a partir de 2013, vagas na Assembleia, eleição em Guarapari, vaga no Tribunal de Contas e eleições de partido. Todos esses elementos vêm exigindo habilidade política do governador. Quando não está correndo atrás do prejuízo que vem de Brasília, Casagrande articula com a classe política, negociando os espaços.
Em um partido pequeno, o que resta a Casagrande é esse movimento para fora. Para consolidar sua candidatura à reeleição, precisará de harmonia na base, até porque terá problemas financeiros a resolver, o que pode prejudicar o palanque.
Uma das grandes preocupações do governador parece ser a de não criar uma situação adversa com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Apesar do desempenho aquém do que se esperava na eleição deste ano, Hartung é um adversário em potencial, direta ou indiretamente. Pode ainda trazer problemas nas movimentações de outros espaços, como na disputa ao Senado.
Casagrande trabalha sua base para que consiga a sustentação necessária para a reeleição. Por isso, o próximo ano será tão importante. Mais que driblar a crise, o governador deve saber se movimentar para dar o espaço certo para cada um de seus aliados.
Unanimidade é uma palavra que não se usa mais no mercado político, por isso, toda habilidade será necessária para não errar a mão e agradar a uns, desagradando a outros.
Fragmentos:
1 – O PT da Assembleia vem cobrando a indicação para o Tribunal de Contas em troca da reeleição de Theodorico Ferraço (DEM) para a Mesa Diretora, mas a vaga já tem dono e não é do partido.
2 – O partido anda querendo muito e corre o risco de ficar sem nada. Primeiro falou em disputar a presidência, também já se falou em secretaria da Mesa, lugar no secretariado e agora vaga no TCES. Menos, PT.
3 – Inteligente a estratégia do prefeito eleito de Vitória Luciano Rezende (PPS) na audiência pública com a população. Ele só ouve, anota, não entra em atrito com o morador. O momento é de colher opinião.