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Jogo preso

Por mais que o governador Paulo Hartung (PMDB) tente – sem sucesso – convencer o eleitorado de que não tem digitais nos palanques municipais e que o ex-governador Renato Casagrande (PSB) tente convencer que a aliança com a Rede está garantida, o fato é que a disputa entre essas duas lideranças está cada vez mais acirrada nos bastidores, o que acaba atrapalhando as articulações locais. 
 
Como se não bastasse uma eleição bem atípica, com as regras eleitorais que ainda não foram totalmente bem entendidas pela classe política, sem dinheiro de patrocinadores privados – em tese – e com o eleitorado arredio ao debate com os candidatos, os postulantes ainda têm que se movimentar no estreito caminho que têm de trilhar sem esbarrar nos interesses do governador Paulo Hartung e sem afastar de vez o ex-governador. 
 
Os candidatos têm que viver ainda com as mudanças de acordo com as movimentações dessas duas lideranças. Se por um lado, Casagrande vem cobrando da Rede os compromissos que ele fechou com a presidenciável Marina Silva, o governador Paulo Hartung vem tentando desmontar os palanques que abrigariam Casagrande na eleição. 
 
Casagrande quer aumentar seu capital caminhando com os candidatos, garantindo assim o recall para 2018. Hartung quer tirar Casagrande do jogo, pois sabe que o socialista é bom de rua e sua popularidade, diferentemente do que mostram as pesquisas da mídia corporativa, não está com essa bola toda. Por isso, melhor não ir para a rua. 
 
Outro fator que vem atrapalhando muito é o receio de Hartung em apostar em candidatos que por ventura não possam compartilhar com ele vitórias. Hartung não quer reveses nesta eleição, por isso não fará apostas incertas. A preocupação, portanto, é tentar convencer o eleitor de que não terá influência no processo. 
 
É claro que, no pleito, Hartung não vai aparecer em palanque nenhum, isso não é do feitio dele. Gosta de resolver o problema da eleição com bastante antecedência, sempre fez isso. Só que desta vez, ele tem um obstáculo e tanto para superar, uma pedra chamada Renato Casagrande.

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