A partir desta quarta-feira (14), quando o governador Paulo Hartung (PMDB) se reunir com os deputados estaduais para discutir as alterações no Orçamento do Estado para 2015, uma nova etapa da disputa entre ele e o ex-governador Renato Casagrande (PSB) terá início.
Os detalhes das alterações serão conhecidos na reunião, mas já se sabe que haverá uma redução de R$ 1bilhão no montante. A diminuição do valor é muito importante para a estratégia de Hartung para a desconstrução do governo de Casagrande.
Desde antes do processo eleitoral, Hartung vem tentando colar na imagem do socialista o rótulo de mau gestor. Neste sentido, dizer que o orçamento foi mal elaborado, que é fictício, favorece o fortalecimento desse discurso. Além disso, Hartung adéqua os recursos às projeções de caos que ele e sua equipe vêm pregando para este ano.
Os deputados estaduais parecem dispostos a aderir a esse discurso. Para garantir que não haja rebeldia no Plenário, Hartung deve deixar de fora dos cortes os recursos para as emendas dos deputados estaduais, no valor de R$ 1,5 milhão cada, sem falar orçamento da Casa, que no ano passado foi de R$ 180 milhões.
Mas, como seguro morreu de velho, Hartung está com o pé atrás com a Assembleia. Depois da aprovação das contas de Renato Casagrande, o governador quer ter certeza de que não terá problemas na votação do orçamento.
Neste sentido, dois movimentos seus chamam a atenção: o primeiro é sua distância segura do processo de sucessão de Theodorico Ferraço (DEM) na presidência da Casa e o afastamento e não renúncia de Paulo Roberto (PMDB) do cargo de deputado estadual. No primeiro caso, o objetivo é não entrar em rota de colisão com os deputados às vésperas de uma votação tão importante, a segunda é ter uma carta na manga para colocar no plenário e manobrar as sessões caso as coisas não andem dentro do esperado.
Mas, pelo jeito isso não será necessário. O governador vai conseguir diminuir o Orçamento. Agora, se isso vai fazer com que ele consiga causar o desejado arranhão na imagem de Casagrande, aí são outros quinhentos.
Fragmentos:
1 – O ex-governador Renato Casagrande deve retomar o comando do PSB no Estado para criar as condições para o seu futuro político. Com seu afastamento durante o período do governo o partido ficou sem referência.
2 – O surgimento de vários blocos para discutir a eleição da mesa diretora da Assembleia mostra que a discussão está mesmo correndo solta. Mas, até quando?
3 – O presidente da Assembleia Legislativa Theodorico Ferraço (DEM) está encontrando dificuldades em agradar os deputados estaduais eleitos. Nem sorteio de gabinete e nem carro novo está amansando os novatos.