O governador Paulo Hartung (PMDB) vai a Viana para participar da ordem de serviço para início de obras de construção de uma quadra em escola municipal e pavimentação de ruas em Marcílio de Noronha. Para Viana, as obras são importantes, claro! Mas em se tratando de Paulo Hartung, que nunca foi um político de rua, parece uma agenda muito pouco prestigiosa para o governador.
A ida de Hartung a Viana tem uma outra conotação muito mais política do que busca por popularidade. Trata-se de deixar bem claro para os meios políticos que agora o prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), que liderou o movimento de apoio dos prefeitos do Estado à reeleição do ex-governador Renato Casagrande, está ao lado de Hartung.
É como se Hartung tivesse mexido uma peça muito importante no tabuleiro político que convidou Renato Casagrande para jogar. E não é só isso. A movimentação na Serra, que tira a possibilidade de Casagrande apoiar Audifax Barcelos e a pressão de prefeitos ligados a deputados estaduais para garantir a base toda do lado de Hartung, são formas de tentar desidratar o socialista.
É interessante o fato de o governador repetir como um mantra a opinião sobre a disputa nacional de que “quem venceu não entendeu que o país saiu dividido e que quem perdeu não saiu do palanque”, mas ele mesmo vem repetindo essa dinâmica no Estado.
Hartung venceu, mas saiu desgastado. Para piorar, Renato Casagrande, apesar de isolado, ainda sobrevive politicamente e se coloca como um nome em condições de enfrentá-lo a qualquer hora. Assim, o governador que nunca foi fã de uma disputa, continua tentando eliminar o socialista do cenário político.
Mesmo com todas as manobras de Hartung, Casagrande vem conseguindo costurar alianças e estará presente na eleição deste ano em grande parte dos municípios do Estado. Se as jogadas antecipadas de Hartung vão dar resultado, só outubro dirá.
Fragmentos:
1 – Com a saída de Rodrigo Coelho na Assembleia, o legislativo se volta agora para duas questões envolvendo disputas no plenário. A primeira é para o substituto na presidência da toda poderosa Comissão de Justiça. Não será a vice, Raquel Lessa (SD), que assumirá a vaga.
2 – Outra questão que entra na agenda dos corredores é sobre a sucessão de Theodorico Ferraço (DEM) na presidência da Mesa Diretora, já que Rodrigo vinha sendo cogitado como o nome palaciano na disputa em 2017. Os olhos se voltam agora para Dary Pagung (PRP).
3 – O deputado estadual Marcos Bruno (Rede) é silencioso na Assembleia, mas vem tentando se movimentar na disputa de Cariacica. Será que o baque em Helder Salomão (PT) é suficiente para abrir o campo para o deputado.