Nesta quarta-feira (25) deve acontecer o encontro crucial para eleição à presidência da Assembleia, com a possibilidade de escolha do candidato que vai puxar a chapa ou as chapas, embora seja difícil acreditar que até o dia 2 de fevereiro não haja confluência para candidatura única. Mais difícil do que viabilizar o nome de Erick Musso (PMDB) como o presidente é a engenharia para remover Theodorico Ferraço (DEM) do cargo que ocupa desde 2012.
Tanto para o governo quanto para os deputados o risco é o de encontrar uma saída amigável para que Ferraço largue o cargo. Mas saída amigável é um termo que não combina com o demista. Os deputados estão de olho em suas reeleições em 2018, sabe que Ferraço segura a onda de todo mundo nos outros poderes. Basta ele sacar aquela pastinha 007 dele para metade do Espírito Santo tremer.
Quanto ao governo, ter Ferraço fora da presidência, solto no plenário e magoado, pode ser uma péssima ideia para quem precisa de unidade para manter um discurso de excelência no Estado e para fora dele. O Palácio pressiona Ferraço com o futuro do filho, embora, nos meios políticos pouca gente acredite que Hartung tenha alguma intenção de facilitar o caminho de Ricardo Ferraço (PSDB) ao governo. Mas Theodorico Ferraço não quer ser o subterfúgio para uma possível manobra de exclusão do filho.
Para o próprio Ferraço, a manutenção da presidência da Assembleia é uma questão de sobrevivência política. Ele conseguiu uma boa reviravolta com a suplência da mulher, Norma Ayub (DEM), na Câmara dos Deputados, mas isso não supera o fato de que ele não conseguiu êxito nas disputas municipais no sul do Estado e seu próprio eleitorado tem diminuído. Logo, seu reduto de poder é a Assembleia e ele não deve aceitar a perda de forma tão pacífica.
Se a batalha de bastidores é por cargo, a possibilidade de encontrar uma saída alternativa pode estar aí. Ferraço deve ir para a reunião de quarta-feira (25) disposto a negociar. Ele ainda tem uma reserva de votos dentro da Assembleia e pode ser ai que vai tentar dar sua cartada final. Uma coisa é certa, de tranquila essa reunião não deve ter nada.
Fragmentos:
1 – O deputado federal Givaldo Vieira (PT) divulgou no último sábado uma nota de repúdio contra a decisão do PT nacional em liberar seus parlamentares para escolherem seus candidatos a presidente da Câmara dos Deputados e do Senado.
2 – “O resultado da votação é uma incoerência absurda com a militância, com todos nós filiados que lutamos contra o golpe parlamentar e suas consequências que têm regredido os avanços históricos do País. Mas ainda há tempo de revertermos este grave erro”, diz o deputado na nota.
3 – O deputado pretende defender sua posição no encontro das bancadas que acontece no próximo dia 1 de fevereiro.