O governador Paulo Hartung (PMDB) faz palestra nesta sexta-feira (6) no Instituto de Estudos de Política Econômica Casa das Garças, no Rio de Janeiro. Sua equipe de governo tem ido às redes festejar o evento, dizendo que o governador falará a figurinhas carimbadas da economia brasileira, como Pedro Malan e Armínio Fraga sobre como vem enfrentando a crise no Estado.
Seus aliados usam o argumento de que o governador tem muito a ensinar aos economistas. Que ele vai mostrar como consegue manter o salário do funcionalismo em dia no Espírito Santo, uma coisa rara no Brasil nos tempos atuais. Mas é uma grande coisa mesmo a se mostrar?
Hartung nunca teve o funcionalismo como uma prioridade em suas gestões, isso desde a prefeitura de Vitória, quando valorizou os comissionados em detrimento dos efetivos, que viveram seu momento de apogeu na gestão anterior, do ex-prefeito Vitor Buaiz.
Ao chegar ao governo em 2003, Hartung contou com a “ajudinha” do governo federal para colocar a folha do funcionalismo em dia. Mas desde então fechou as portas de seu gabinete e da Secretaria de Estado de Gestão (Seger) para qualquer tipo de diálogo com o funcionalismo. Nada de reposição, nada de benefícios, nada de melhoria nas condições de trabalho.
Nos oito anos de seu governo o que se viu foi um sucateamento da mão de obra que atende o Estado. Avesso a gastos permanentes, quase declarou guerra aos concursos públicos, encheu a máquina de comissionados e de servidores em Designação Temporária. O que era para ser exceção, virou regra. Isso sem falar na famigerada remuneração por subsídio, que dá uma falsa ideia de ganho real, agregando ao salário-base os benefícios.
Se tem uma parcela da população que não está satisfeita com Hartung, essa parcela é a do funcionalismo publico. Na palestra aos empresários o governador vai ensinar a cortar tudo?
Vai ensinar a não fazer investimento, a não tocar as obras iniciadas no governo anterior só para desidratar desafeto político? Também vai ensinar que é fundamental continuar dando a mão amiga aos poderes que garantem sua governabilidade e as renúncias fiscais, que agora não dá mais nem para saber quem recebe? Também deveria ter um curso rápido de como garantir que a mídia corporativista faça vista grossa aos problemas de sua gestão e tente a todo custo fazer a popularidade ser maior do que realmente é nas ruas.
Fragmentos:
1 – A Câmara da Serra conta com duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIS), que miram a prefeitura do município. Uma dos medicamentos e outra sobre a Parceria Público-Privada, entre a municipalidade e a Cesan.
2 – Essa movimentação mostra que os problemas do prefeito Audifax Barcelos (Rede) vão bem, além do que o tradicional enfrentamento ao deputado federal Sérgio Vidigal (PDT).
3 – Pois é deputado federal Carlos Manato (SD), como é que fica o apoio dado ao presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) agora? Vai manter?