Theodorico Ferraço (DEM) sempre foi considerado a figura política mais peculiar do Estado em atividade. Ele tem um discurso eloquente e quando elege um adversário político trava uma batalha sempre dura. Mas, desta vez Ferraço não parece não ter conseguido o que queria. No último dia 13, em entrevista ao jornal A Gazeta, o presidente da Assembleia disparou contra o governador Paulo Hartung (PMDB).
O movimento de Ferraço gerou leituras diferenciadas e debates nos meios políticos sobre o objetivo da investida. Para uma parte das lideranças, Ferraço se cansou de não ser atendido em suas demandas, de conseguir acomodar a mulher Norma Ayub (DEM) e se manter à frente da Assembleia e decidiu romper com o governador.
Mas muita gente também entendeu que Ferraço, com a grita, queria apenas ser ouvido. Do outro lado, porém, não se viu nenhuma reação. O governador Paulo Hartung fez vista grossa ao esperneio de Ferraço. A ida de Rodrigo Coelho (de saída do PT) para o governo poderia ser uma resposta para facilitar a articulação de Ferraço para um novo mandato à frente da Assembleia.
Isso porque uma das insatisfações seria a articulação palaciana para que Coelho sucedesse Ferraço na presidência, mas hoje não se acredita mais nisso. Até porque a forma como Ferraço atacou o governador colocou o plenário contra ele.
A entrevista de Theodorico até repercutiu nos dias subsequentes, mas acabou sendo suplantada pela articulação do próprio filho do demista. O anúncio de Ricardo Ferraço de sua desfiliação do PMDB ganhou mais espaço político do que a entrevista do pai dele e dominou as conversas de bastidores na classe política.
Agora a situação do presidente da Assembleia parece estar mais complicada. Ele não conseguiu emplacar a mulher no secretariado de Hartung ou acomodá-la na bancada federal, como suplente. Também não há garantias de que ela sairá vitoriosa do pleito deste ano em Itapemirim. Ferraço colocou em risco uma movimentação incipiente de mudança no regimento da Assembleia para ele ser reconduzido ao cargo de presidente do legislativo estadual. Cachoeiro de Itapemirim, também não parece não ser um projeto político alternativo do demista para este ano. Resumindo, a grita de Ferraço não colou!
Fragmentos:
1 – A maioria das escolas públicas do Estado tem problemas em sua estrutura física. Tem até escola que faz rodízio de ventilador para evitar sobrecarga elétrica. Mas o governo do Estado continua focado em fazer suas escolas modelos.
2 – A Secretaria de Educação do Estado abriu processo licitatório para a climatização das escolas Daniel Carboni, em Ecoporanga, e Bráulio Franco, em Muniz Freire, onde funcionarão duas Escolas Vivas.
3 – Comentário nos meios políticos é de que política de fechamento de turmas e escolas segue o mesmo padrão em São Paulo, Paraná e Goiás, estados governados por tucanos. E no Espírito Santo, que tem um governador tucano de coração.