A impulsividade e o imediatismo costumam marcar a “busca” por socorro financeiro para cobrir os gastos fixos mensais ou as dívidas que têm crescido como fruto do aumento da inflação, dos juros altos, somada a perda do poder aquisitivo e o mais grave, com o crescente desemprego.
Acompanhando pessoas e famílias com dívidas, empréstimos e financiamentos, observamos que muitos destes são contratados distantes de suas possibilidades reais de pagamento. Essa soma nem sempre é lançada como despesa em seu orçamento mensal e, quando a receita não cobre todas as despesas, elas normalmente são deixadas de lado, tal como uma estratégia “psicológica” para esquecê-las, paralisá-las além de negá-las. Representa uma tentativa de que sejam também esquecidas pelas instituições financeiras credoras. Como se isso fosse possível!
Tanto o primeiro como o segundo comportamento citados acabam por aumentar o risco de chegarem a uma situação extrema de insolvência civil; ou seja, de falência pessoal.
O mais fácil é encontrarmos o comportamento de fuga ilustrado tanto pela impulsividade na busca pelo dinheiro, como também observado na resistência a organizar e somar estes empréstimos e lançá-los no orçamento doméstico.
No combate a esta tendência ao “esquecimento”, para os casos, por exemplo, de atraso nas prestações do financiamento imobiliário, o melhor a fazer é ir à instituição financeira buscar a renegociação, pois aí poderão traçar estratégias e assim evitar a inadimplência, a exemplo da possibilidade de incluir a(s) parcela(s) em atraso novamente no saldo devedor do financiamento e de utilizar o saldo do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Tentar esquecer as prestações em atraso não parece ser a melhor alternativa para o enfrentamento da dor, da vergonha e do medo de não ter como pagar. O melhor é encarar a situação de frente, reconhecer as fragilidades, buscar informações sobre os seus direitos e utilizá-los a seu favor, lançando mão de todas as possibilidades para o enfrentamento, apresentando-se perante o credor para reconhecer e negociar.
Se a taxa do condomínio está em atraso, ao buscar uma negociação tende a achar alternativas para sanar o problema e assim fechar um acordo, melhor do que “deixar rolar”, pois atualmente o processo está mais célere e o condomínio pode entrar com uma ação direta que acelera tanto a ação como a cobrança.
Outra dica importante é não usar novamente e impulsividade e a emoção na hora de traçar a negociação e, principalmente, quando for fechar o acordo, pois tem que ser factível, para assim não gerar um novo problema à frente, pois reconheçamos que ficará mais difícil estabelecer um novo acordo caso não tenha cumprido com o anterior.
“Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”, porque amanhã pode ser tarde.