De olho a uma candidatura à prefeitura de Vitória, dizem que o deputado Sérgio Majeski pode trocar o PSDB pela Rede. Se for realmente essa a sua intenção, pode, desde já, tirar o cavalinho da chuva. O governador Paulo Hartung já está colado ao prefeito da Serra, Audifax Barcelos. Hartung está impondo Amaro Neto, hoje no PPS, como candidato da Rede à prefeitura da Capital, com o velado propósito em tirar Luciano Rezende (PPS) do segundo turno.
Essa estratégia de PH se fecha numa disputa direta com o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) ou com Lelo Coimbra (PMDB), pegando o espaço disponível ao ex-governador Renato Casagrande (PSB) que, em vez de topar a parada, preferiu embarcar na canoa furada de Luciano Rezende, subestimando a estratégia de PH de tê-lo distante e perdedor dessa parada, que fatalmente é uma avant premiere da eleição para o governo do Estado.
Facilita a jogada do Amaro os interesses do seu patrão na TV Vitória, o Mequinho Buaiz, peça da engrenagem de comunicação do governador Paulo Hartung. Pois foi nela que o Amaro, com um programa muito popular, conquistou o mandato de deputado estadual mais votado das últimas eleições.
A entrega do núcleo capixaba da Rede, por Marina Silva, a Audifax, fará também os seus efeitos na disputa da Serra, dando-lhe condições de negociá-la com PH, na troca do palanque do Sérgio Vidigal (PDT) para ele. Pois Amaro em Vitória, é com certeza um golpe certeiro sobre o candidato de Casagrande.
Agora, pensar no deputado Sérgio Majeski dentro da Rede desfrutando de movimentos livres, em decorrência do seu constante crescimento à custa dos seus combatentes a PH, sobreviria nele? Imagina. Ainda mais sob a batuta do prefeito Audifax, que em matéria de lealdade política, tem um histórico desabonador.
Daí a entrada de Majeski na Rede, só se for para virar comida de onça. O caminho não é a Rede para ele, como também não é o PSDB, seu atual partido. Pois é outro campo partidário a serviço do governador Paulo Hartung, sob a regência de um pica-pau tucano de bico duro e penetrante, que atende pelo nome de César Colnago, aquartelado no Palácio Anchieta, como vice-governador. Diga-se, ele costuma acertar seus tiros de olhos fechados.
Majeski é hoje no Espírito Santo quem realmente mais ameaça PH. Sobretudo pela sua falta de noção de perigo. Algo, a propósito, presente no ex-governador Renato Casagrande a ponto de rejeitar uma disputa em Vitória com amplas possibilidades de ganhar para apoiar Luciano Rezende.
É essa de Casagrande na disputa em Vitória que permite a entrada de Amaro no páreo junto com mais uma penca de candidatos. Pois hoje as previsões dão conta que vamos ter mais de 10 candidatos. Alguns em busca de memória para outro pleitos, mas há outros, como o caso do deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD), pelo seu arrojo, vide o que ele está fazendo na CPI do Guincho, escalando alto no conceito popular.
Voltando à Rede. Entregue ao Audifax, ela vai depender dele para firmar-se no Estado. Da sua reeleição, naturalmente. Ganhando ou perdendo na Serra, a Rede corre o risco, sem figuras em ascensão como o Majeski, virar meramente um partido da Serra para atender as parcas pretensões do Audifax, como pode se transformar apenas num PH suburbano.
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