Presidentes de Câmaras de Vereadores do Espírito Santo foram recebidos pelo governador Paulo Hartung em almoço nesta quinta-feira (21), no Palácio Anchieta, como parte de sua agenda festiva, ainda mais movimentada nesse final de ano, por se tratar de ano pré-eleitoral.
O clima natalino, não dá nem para disfarçar. Os representantes dos municípios do interior do Estado – 45 compareceram ao almoço -, praticamente ignorados nas altas esferas de poder fora de períodos eleitorais, de repente se transformam em importantes agentes e poderosos elos de captação de votos em suas comunidades.
Essa aproximação pode ser lucrativa para os dois lados. Do ponto de vista do governo, esses agentes têm condição de atuarem como verdadeiras usinas de produção de votos, sem o risco de haver invasão em áreas eleitorais demarcadas, considerando que não são candidatos em 2018. Mas poderão sê-lo na disputa de 2020.
Já para os presidentes dos legislativos, essa aproximação é duplamente vantajosa, porque além do apoio que poderá ser gerado com essa aproximação, existe outras situações que poderão ser contornadas mediante a influência de Hartung.
Mais do que uma festinha natalina, considerando as eleições de 2018, e o que os candidatos representam no interior, área onde os votos minguaram para Hartung e estão difíceis de serem recuperados, a recepção governamental representa mais uma investida do governo em terreno pedregoso, sedimentados pela senadora Rose de Freitas (PMDB) e pelo ex-governador Renato Casagrande (PSB).
E como todos sabem que em política não existe almoço grátis, mais que um almoço, o encontro é uma ação de eficiente marketing eleitoral, que eleva os presidentes das câmaras a um patamar que lhes é negado em outras ocasiões.
Como diz o velho adágio português: “Toda araruta tem o seu dia de mingau”. Como habilidoso chef, Hartung faz fez do almoço um mingau eleitoral para servir em 2018.